Sejam Bem Vindos!

Este blog foi criado para melhor interação com meus alunos do Ensino Médio, facilitando a comunicação, troca de infromações e conteúdos. Espero que seja útil a todos que se interessam pelos temas abordados.

domingo, 23 de outubro de 2011

Identidade cultural brasileira


Durante o período colonial, as manifestações culturais e artísticas produzidas no Brasil constituíram meras reproduções do que se fazia na Europa. Como não havia quase escolas ou instituições culturais, esses eventos permaneceram restritos à elite econômica, cujos vínculos de solidariedade estavam ligados à Europa. Os representantes dessa elite, geralmente filhos de grandes proprietários rurais, iam estudar em Lisboa, Londres ou Paris e, na volta, traziam para o Brasil o que haviam visto ou aprendido de mais interessante no velho mundo. Em conseqüência, suas produções artísticas tomavam como ponto de partida uma concepção estética nitidamente estrangeira. Mesmo quando procuravam retratar o homem brasileiro, a natureza do país e o seu ambiente, estes eram retratados com os olhos e a psicologia do europeu. Assim foi, por exemplo, com a arte e a música barroca mineira e a literatura romântica do século XIX.
Com a Independência, a situação dos movimentos culturais no Brasil pouco se alterou, apesar da postura nacionalista de muitos intelectuais da época.
Com a chegada do séc XX, o processo de urbanização, as modificações na composição da população e das classes sociais e a vinda de imigrantes italianos e alemães provocaram alterações nos costumes e a ampliação dos meios de comunicação. Ainda que a República, em si, não trouxesse um novo modelo cultural, ela intensificou contradições que iriam desembocar na expressão e afirmação dos aspectos mais específicos da sociedade. O aparecimento de uma classe média consciente de seus direitos viria contribuir para as mudanças futuras.
Se a sociedade brasileira, no início do século, ainda parecia uma mera cópia dos padrões europeus, por trás dos festivais de francesismos e inglesismos já se prenunciavam as forças de renovação, apoiadas principalmente na afirmação de uma cultura nacional. A Semana de Arte Moderna de 1922 e o Movimento Modernista nasceram da necessidade de romper com a secular submissão a tudo que era europeu ou estrangeiro. A reação polêmica e as críticas virulentas a esses eventos revelaram que as elites do país não estavam preparadas para as mudanças que começavam a se operar em toda a sociedade. Dividido em suas próprias contradições e com várias vertentes, o Movimento Modernista de 1922 não se desenvolveu e frutificou com pretendiam seus criadores. Mesmo assim, influenciou toda uma geração de artistas e intelectuais, que iriam desenvolver seus trabalhos tomando como ponto de partida a realidade social e econômica do país. Nesse contexto, devem ser citados os trabalhos plásticos de Cândido Portinari, as composições musicais de Heitor Villa-Lobos e a literatura regionalista dos anos 30.
A crise econômica mundial, provocada pela queda da bolsa de valores de Nova York, em 1929, modificou o eixo de dependência econômica do Brasil em relação à Inglaterra e à Europa para os Estados Unidos. Essa mudança coincide com o desenvolvimento em grande escala da cultura de massa, marcada por uma nítida influência norte-americana, manifestada através da música, do rádio, do cinema, dos costumes e do comportamento e que atinge principalmente a classe média urbana.
Depois de passar por um período de readaptação a um regime democrático, após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil tem, na segunda metade da década de 50, um período de estabilidade política e grande desenvolvimento econômico, com a construção de Brasília e a instalação da indústria automobilística. Nesse período, florescem extraordinariamente todas as artes brasileiras. Esse desenvolvimento, no entanto, vai se dar no meio de profunda ambigüidade. De um lado, expande-se uma arte essencialmente voltada para a realidade social e a afirmação de uma cultura brasileira, solidarizando-se com a cultura do Terceiro Mundo; de outro, integra-se às correntes mais modernas da cultura de massa norte-americana. No primeiro caso, os exemplos mais marcantes são o Cinema Novo, que, com sua proposta terceiromundista, promove uma nova estética para o cinema, e o teatro popular do Arena e do Oficina, que desenvolvem toda uma nova dramaturgia brasileira. No segundo caso, o exemplo mais característico é a bossa nova, expressão da música popular brasileira que tanta repercussão provocou no exterior e que nada mais é do que o sincretismo do "samba" brasileiro com o "jazz" norte-americano.
Com o movimento militar de 1964, a censura cortou algumas das mais expressivas manifestações da cultura brasileira que estavam então numa fase de grande desenvolvimento. Por outro lado, o Movimento Tropicalista, nascido em 1967, foi uma tentativa frustrada de integrar o espírito do movimento modernista com certos segmentos da cultura pop contemporânea. Passados vinte anos, com a redemocratização do país e a "Nova República", o Brasil ainda está em busca de sua identidade cultural.
http://ialexandria.sites.uol.com.br/textos/israel_textos/identidade_cultural_brasileira.htm


Nenhum comentário:

Postar um comentário