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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Conceito de Violência




Para a sociologia o conceito de violência abrange todas as modalidades e momentos da sociabilidade humana. Talvez a definição mais apropriada a considerar, entre todas as concepções possíveis, das mais variadas teorias, dos diversos pensadores e diferentes realidades culturais e históricas, seja a de que a violência é, em síntese,  uma imposição, individual, de grupo ou institucional, para que se aja de determinada forma ou deixe de agir. Sob este enfoque, ninguém estaria livre de sofrer algum tipo de violência. Porém pertencer à classe menos favorecida, política e economicamente, a chance de ser vítima da violência, em qualquer modalidade, é total.    

Definição de violência


O que é violência? Segundo o Dicionário Houaiss, violência é a “ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força”. No aspecto jurídico, o mesmo dicionário define o termo como o “constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação”.

Não é simples a tarefa de definir a violência. Conceitos de violências têm sido propostos para falar de muitas práticas, hábitos e disciplinas, de tal modo que todo comportamento social poderia ser visto como violento, inclusive o baseado nas práticas educativas, tais como na idéia de violência simbólica proposta por Pierre Bourdieu (2001). Para esse autor, a violência simbólica se realiza sem que seja percebida como violência, inclusive por quem é por ela vitimizada, pois se insere em tramas de relações de poder naturalizadas, o que ele chama de  Habitus, que são disposições duráveis, estruturadas e estruturantes, que contribuem para a manutenção da forma estrutural da sociedade, que caracteriza-se pela  atuação das classes, grupos ou nações dominantes, política e economicamente, os quais, para manter a hegemonia, utilizam-se de leis e instituições. Esta seria a chamada violência moral ou violência simbólica. Mas a  noção de violência é múltipla, não existe uma única percepção do que seja, mas variedades de atos violentos, cujas significações devem ser analisadas a partir das normas, das condições e dos contextos sociais, variando de um período histórico a outro, o fato é que, a violência é um eterno problema da teoria social e da prática  política, quando se revela na sua manifestação individual ou coletiva. Para Minayo (1994), as raízes da  violência seria a estrutura e o sistema social,  impostas pela atuação das classes, grupos ou nações econômica e politicamente  dominantes, os quais se valem  das leis e instituições para manter a hegemonia. Para esse autor,

   ...a violência estrutural refere-se às condições  extremamente  adversas de vida, que geram uma imensa uma população de pessoas vivendo na miséria, com fome, habitação precária ou até mesmo inexistente, educação deficiente, dificuldade de acesso ao mercado de trabalho. (...) aprofundou-se, na última década, a desigualdade social, o gigantesco fosso que separam  ricos e pobres. Como o Brasil é um dos campeões mundiais de má distribuição de renda, derivam daí fontes importantes de violência, que se manifestam no aumento do trabalho   infantil, (que impede um grande número de crianças e adolescentes de freqüentarem a escola), a prostituição de meninos e meninas e o aumento de população de rua.

       Seria desnecessário dizer que daí partiria as demais violências de custo social altíssimo, as quais, num efeito cascata, atingirão a sociedade como um todo: a violência da miséria imposta por uma relação social excludente terá como efeito a violência doméstica, a violência física, que fere, que ma”ta, que aterroriza; violência criminógena, delinqüente, que causam um sentimento crescente de medo  e insegurança, como descreve Adorno: (2002)

“..Trata-se de um sentimento visível de diversos modos: nas ruas as pessoas se protegem, andam com seus veículos particulares com os vidros fechados;aqueles que não dispõem de veículo próprio procuram evitar circular em áreas consideradas de risco, sair à noite, ter contato com pessoas estranhas. As casas passaram a ter inúmeros sistemas de segurança – enfim, as pessoas se protegem de diferentes modos. E basta olhar os jornais, ligar a televisão para que cheguemos a conclusão de que hoje a violência ao é mais m fato episódico, não é mais um acontecimento que poderia ocorrer  vez ou outra. Ela transformou-se numa situação  banal; temos até profissionais altamente qualificados, repórteres especializados, por exemplo, para detectar essas informações relacionadas com a violência e transmiti-las ao grande público.

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