Pessoal,
Segue link da apostila de Sociologia do terceiro bimestre.
https://www.4shared.com/office/6hSLwpnLca/Apostila_Sociologia_3_ano_-_3B.html
Bons Estudos!
Horizonte Sociofilosófico
"A Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda" Paulo Freire
Sejam Bem Vindos!
Este blog foi criado para melhor interação com meus alunos do Ensino Médio, facilitando a comunicação, troca de infromações e conteúdos. Espero que seja útil a todos que se interessam pelos temas abordados.
quarta-feira, 9 de agosto de 2017
terça-feira, 21 de março de 2017
CONSUMO CULTURAL
Aos meus alunos do 3 ano
Vejam pesquisa no link abaixo que fala sobre o consumo cultural do carioca. Faz parte do conteúdo que estamos trabalhando em sala de aula.
http://oglobo.globo.com/cultura/pesquisa-mapeia-habitos-culturais-do-carioca-em-2015-19411350
Vejam pesquisa no link abaixo que fala sobre o consumo cultural do carioca. Faz parte do conteúdo que estamos trabalhando em sala de aula.
http://oglobo.globo.com/cultura/pesquisa-mapeia-habitos-culturais-do-carioca-em-2015-19411350
domingo, 16 de outubro de 2016
FILOSOFIA: Os diversos tipos de conhecimentos
Conhecer é elaborar um modelo de realidade (criar, aperfeiçoar, etc.), passar a entender aquilo que gostaríamos de saber e "projetar ordem onde havia caos".
Conhecer e pensar: Nós os humanos nos diferenciamos dos animais porque temos inteligência simbólica (ou abstrata). É através dela que o múltiplo ganha uma unicidade, a diversidade recebe certa harmonia e o vazio é preenchido por um sentido, sendo o principal deles o sentido existencial, a razão de ser da vida, o motivo pelo qual nós pensamos. A partir da abstração, passamos à prática, a materialização do que imaginamos.
Os diversos tipos de conhecimentos: Ao longo da vida, nos deparamos com esses conhecimentos. São eles:
a) O Senso Comum: é o conhecimento usado sem a necessidade de escola, curso ou universidade, sendo obtido através de experiências práticas. Engloba costumes, hábitos, tradições, normas, éticas, etc. sua importância está na praticidade, por isso é chamado também de conhecimento empírico, vulgar ou senso comum. Não é um saber descartado pela ciência. ex: o conhecimento que um pescador tem sobre os melhores dias para pescar ou a sua localização no mar sem uso de nenhum instrumento; o conhecimento que um caboclo da Amazônia tem sobre plantas, o qual é aproveitado pela ciência.
Seu lado negativo está em não ser crítico (é acrítico): aceita o que aprendeu como verdade. Não questiona nem duvida. Dessa maneira, incorpora atitudes e comportamentos intolerantes tais como o racismo, o bullying, a homofobia, o machismo, etc. obs: nem todos os que usam o senso comum são assim, isto é uma visão generalizada.
b) O conhecimento mítico: é baseado na crença de que existem modelos naturais e sobrenaturais dos quais brota o sentido de tudo o que existe. Ele ajudou e ajuda o ser humano a tentar entender um mundo onde não havia ciência para tentar explicar os assustadores fenômenos da natureza. Este conhecimento criou representações para dar um sentido a tudo, onde seres fantásticos foram os responsáveis pela razão da nossa existência. Esse conhecimento não segue uma lógica ou uma sistematização. Outro tipo de mito é o de figuras famosas da história, do bem ou do mal, dependendo da opinião individual, a quem atribui-se poderes ou dons especiais. Ex: Getúlio Vargas, Tiradentes, Hitler, Stálin, Mao Tse Tung, etc.
C) Conhecimento teológico: Diferente do mítico, o conhecimento teológico parte da compreensão e da aceitação da existência de um Deus ou de deuses, os quais constituem a razão de ser de todas as coisas. Esses seres "revelam-se" aos humanos, dando-lhes as suas verdades, as quais devem ser indiscutíveis, inquestionáveis. Se assim são, a razão é usada para compreender e divulgar esses dogmas. Esse conhecimento também serve de guia e consolo para milhões de pessoas atribuladas pelos mais diversos tipos de problemas, tais como dependência de drogas e demais vícios, doenças, miséria, desespero, desilusão da vida, etc.
d) Conhecimento filosófico: É um conhecimento baseado na especulação em torno da realidade, tendo como objetivo a busca da verdade. Por isso, diz-se que é uma atitude. Deve procurar ir à raiz das coisas, seguindo o rigor lógico que a razão exige de um conhecimento que se quer buscando a verdade. A filosofia deve buscar os "porquês" de tudo o que existe. É ativo, pois coloca o humano em busca de respostas para as inúmeras perguntas que ele próprio pode formular.
e) Conhecimento científico: É racional e produzido mediante a investigação da realidade, seja por meio de experimentos seja por meio da busca do entendimento lógico de fatos, fenômenos, relações, coisas, seres e acontecimentos que ocorrem na realidade cósmica, humana e natural.
É um conhecimento sistemático e metódico, usando a experimentação, validação e comprovação daquilo a que se quer comprovar. Seu ponto negativo é não poder afirmar como verdade muita coisa do que pesquisou com esse intuito, pois uma nova pesquisa pode reprovar ou alterar a anterior. O maior exemplo está na área da medicina, onde determinada medicação ou cirurgia, que até certo tempo atrás eram tidas como as melhores, hoje já não são mais devido ao avanço das pesquisas. Esse conhecimento também dá ao homem a possibilidade de elaborar instrumentos, os quais são utilizados para intervir na realidade e transformá-la para melhor ou para pior. Ex: bomba atômica e armas cada vez mais letais.
f) Conhecimento técnico: Seu fundamento é o saber fazer da melhor forma possível; almeja o domínio do mundo e da natureza. É especializado na aplicação de todos os outros saberes que lhe podem ser úteis. É o saber que nos auxilia a agir no mundo, levando-nos às mais diversas atividades visando à produção técnica da vida. É considerado por muitos como o conhecimento mais importante para o ser humano. Ex: os médicos, engenheiros, advogados, etc., usam esse conhecimento, ou seja, conhecimento técnico não significa um saber mediano ou de quem tem apenas o ensino médio técnico.
g) O conhecimento estético ou artístico: valorizam os sentimentos e a emoção, ou seja, busca a beleza em todos os seus sentidos, seja na aparência, na moda, música, beleza dos objetos, etc. através da busca deste saber, podemos refinar nosso gosto através das questões jamais resolvidas entre belo ou feio, brega ou chique, bom gosto ou mau gosto, bem vestido ou mal vestido, discreto ou ridículo, etc. Experimentar ou aprender sobre este conhecimento é a finalidade maior de tudo aquilo que se produz em termos de artes e sem as quais o ser humano se menos enriquecido culturalmente.
a) O Senso Comum: é o conhecimento usado sem a necessidade de escola, curso ou universidade, sendo obtido através de experiências práticas. Engloba costumes, hábitos, tradições, normas, éticas, etc. sua importância está na praticidade, por isso é chamado também de conhecimento empírico, vulgar ou senso comum. Não é um saber descartado pela ciência. ex: o conhecimento que um pescador tem sobre os melhores dias para pescar ou a sua localização no mar sem uso de nenhum instrumento; o conhecimento que um caboclo da Amazônia tem sobre plantas, o qual é aproveitado pela ciência.
Seu lado negativo está em não ser crítico (é acrítico): aceita o que aprendeu como verdade. Não questiona nem duvida. Dessa maneira, incorpora atitudes e comportamentos intolerantes tais como o racismo, o bullying, a homofobia, o machismo, etc. obs: nem todos os que usam o senso comum são assim, isto é uma visão generalizada.
b) O conhecimento mítico: é baseado na crença de que existem modelos naturais e sobrenaturais dos quais brota o sentido de tudo o que existe. Ele ajudou e ajuda o ser humano a tentar entender um mundo onde não havia ciência para tentar explicar os assustadores fenômenos da natureza. Este conhecimento criou representações para dar um sentido a tudo, onde seres fantásticos foram os responsáveis pela razão da nossa existência. Esse conhecimento não segue uma lógica ou uma sistematização. Outro tipo de mito é o de figuras famosas da história, do bem ou do mal, dependendo da opinião individual, a quem atribui-se poderes ou dons especiais. Ex: Getúlio Vargas, Tiradentes, Hitler, Stálin, Mao Tse Tung, etc.
C) Conhecimento teológico: Diferente do mítico, o conhecimento teológico parte da compreensão e da aceitação da existência de um Deus ou de deuses, os quais constituem a razão de ser de todas as coisas. Esses seres "revelam-se" aos humanos, dando-lhes as suas verdades, as quais devem ser indiscutíveis, inquestionáveis. Se assim são, a razão é usada para compreender e divulgar esses dogmas. Esse conhecimento também serve de guia e consolo para milhões de pessoas atribuladas pelos mais diversos tipos de problemas, tais como dependência de drogas e demais vícios, doenças, miséria, desespero, desilusão da vida, etc.
d) Conhecimento filosófico: É um conhecimento baseado na especulação em torno da realidade, tendo como objetivo a busca da verdade. Por isso, diz-se que é uma atitude. Deve procurar ir à raiz das coisas, seguindo o rigor lógico que a razão exige de um conhecimento que se quer buscando a verdade. A filosofia deve buscar os "porquês" de tudo o que existe. É ativo, pois coloca o humano em busca de respostas para as inúmeras perguntas que ele próprio pode formular.
e) Conhecimento científico: É racional e produzido mediante a investigação da realidade, seja por meio de experimentos seja por meio da busca do entendimento lógico de fatos, fenômenos, relações, coisas, seres e acontecimentos que ocorrem na realidade cósmica, humana e natural.
É um conhecimento sistemático e metódico, usando a experimentação, validação e comprovação daquilo a que se quer comprovar. Seu ponto negativo é não poder afirmar como verdade muita coisa do que pesquisou com esse intuito, pois uma nova pesquisa pode reprovar ou alterar a anterior. O maior exemplo está na área da medicina, onde determinada medicação ou cirurgia, que até certo tempo atrás eram tidas como as melhores, hoje já não são mais devido ao avanço das pesquisas. Esse conhecimento também dá ao homem a possibilidade de elaborar instrumentos, os quais são utilizados para intervir na realidade e transformá-la para melhor ou para pior. Ex: bomba atômica e armas cada vez mais letais.
f) Conhecimento técnico: Seu fundamento é o saber fazer da melhor forma possível; almeja o domínio do mundo e da natureza. É especializado na aplicação de todos os outros saberes que lhe podem ser úteis. É o saber que nos auxilia a agir no mundo, levando-nos às mais diversas atividades visando à produção técnica da vida. É considerado por muitos como o conhecimento mais importante para o ser humano. Ex: os médicos, engenheiros, advogados, etc., usam esse conhecimento, ou seja, conhecimento técnico não significa um saber mediano ou de quem tem apenas o ensino médio técnico.
g) O conhecimento estético ou artístico: valorizam os sentimentos e a emoção, ou seja, busca a beleza em todos os seus sentidos, seja na aparência, na moda, música, beleza dos objetos, etc. através da busca deste saber, podemos refinar nosso gosto através das questões jamais resolvidas entre belo ou feio, brega ou chique, bom gosto ou mau gosto, bem vestido ou mal vestido, discreto ou ridículo, etc. Experimentar ou aprender sobre este conhecimento é a finalidade maior de tudo aquilo que se produz em termos de artes e sem as quais o ser humano se menos enriquecido culturalmente.
EXERCÍCIOS:
1) Classifique as ações abaixo: senso comum (use letra a) ou científico (use letra b):
1) Classifique as ações abaixo: senso comum (use letra a) ou científico (use letra b):
( ) o uso de chás e remédios caseiros.
( ) A produção da vacina de prevenção ao vírus H1N1.
( ) A descoberta da ação das bactérias nos organismos dos animais.
( ) A crença da força da Lua influenciando o crescimento dos cabelos.
Assinale a alternativa que traz a relação correta:
a) a, b, b, a
b) a, a ,b ,b
c) a, b, b, b
b) a, a ,b ,b
c) a, b, b, b
d) b, a, b, a
e) a, b, a, a
2) Leia os tipos de conhecimentos descritos abaixo e no final assinale a alternativa correta:
e) a, b, a, a
2) Leia os tipos de conhecimentos descritos abaixo e no final assinale a alternativa correta:
I) Conhecimento que se apoia em doutrinas que contêm proposições sagradas, por terem sido reveladas pelo sobrenatural. Parte do princípio de que as verdades tratadas são infalíveis e indiscutíveis.”
II) “Conhecimento transmitido de geração em geração por meio da educação informal e baseado na imitação e na experiência pessoal.”
III) “Conhecimento que procura responder às grandes indagações do espírito humano,buscando até leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência.”
IV) “Conhecimento obtido de modo racional, conduzido por meio de procedimentos científicos. Visa explicar "por que" e "como" os fenômenos ocorrem.”
A alternativa que corresponde aos tipos de conhecimentos descritos de cima para baixo é:
a) teológico, vulgar, filosófico, científico
b) teológico, mítico, filosófico, científico
c) mítico, vulgar, estético, técnico
d) mítico, teológico, filosófico, científico
e) teológico, técnico, estético, científico
3) “Não me sinto obrigado a acreditar que o mesmo Deus que nos dotou de sentidos, de razão e de intelecto possa desejar que deixemos de usá-los” (Galileu Galilei)
A respeito deste pensamento de um dos maiores nomes da ciência, assinale a alternativa correta:
a) Galileu só admitia como verdade o conhecimento científico
b) Galileu não admitia o conhecimento teológico
c) Galileu só admitia o senso comum ou (empírico)
d) Galileu só admitia o conhecimento técnico
e) todas estão incorretas
4) Baseando-se no texto lido, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
A alternativa que corresponde aos tipos de conhecimentos descritos de cima para baixo é:
a) teológico, vulgar, filosófico, científico
b) teológico, mítico, filosófico, científico
c) mítico, vulgar, estético, técnico
d) mítico, teológico, filosófico, científico
e) teológico, técnico, estético, científico
3) “Não me sinto obrigado a acreditar que o mesmo Deus que nos dotou de sentidos, de razão e de intelecto possa desejar que deixemos de usá-los” (Galileu Galilei)
A respeito deste pensamento de um dos maiores nomes da ciência, assinale a alternativa correta:
a) Galileu só admitia como verdade o conhecimento científico
b) Galileu não admitia o conhecimento teológico
c) Galileu só admitia o senso comum ou (empírico)
d) Galileu só admitia o conhecimento técnico
e) todas estão incorretas
4) Baseando-se no texto lido, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
a) ( ) O conhecimento é a forma teórico-prática de compreender a realidade.
b) ( ) O conhecimento científico não descarta o uso do senso comum.
c) ( ) O senso comum usa o questionamento e a dúvida.
d) ( ) A ciência pode ser definida como uma forma de investigação metódica e organizada.
e) ( ) A ciência refere-se a investigação racional ou estudo da natureza, direcionada a descoberta da verdade.
Assinale a resposta correta:
a – V V F V V
b – V F F V V
c – V V V F V
d – V F V F V
e – V V V V V
5) O mito descreve a maravilha do universo com relatos simbólicos. É incorreto dizer que
a) os mitos nascem em um universo sagrado e encantado.
b) a função do mito é explicar de forma coerente a origem da vida, dos deuses e do universo.
c) a função do mito é acomodar o homem em um mundo assustador.
d) a narrativa mítica é simbólica e necessita ser interpretada.
Assinale a resposta correta:
a – V V F V V
b – V F F V V
c – V V V F V
d – V F V F V
e – V V V V V
5) O mito descreve a maravilha do universo com relatos simbólicos. É incorreto dizer que
a) os mitos nascem em um universo sagrado e encantado.
b) a função do mito é explicar de forma coerente a origem da vida, dos deuses e do universo.
c) a função do mito é acomodar o homem em um mundo assustador.
d) a narrativa mítica é simbólica e necessita ser interpretada.
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
A CIÊNCIA NA IDADE MODERNA
A filosofia da ciência é o
estudo da metodologia científica. Trata-se de investigar o que caracteriza a
atividade científica, em que a ciência se separa do senso comum e da filosofia
e quais hipóteses justificam e explicam o conhecimento científico.
O termo ciência origina-se
da palavra latina scientia, significando conhecimento. Ciência é o saber
da razão, o saber metódico e certo dos fatos e fenômenos que ocorrem no mundo.
CIÊNCIA ANTIGA –
era uma ciência teorética, a técnica era um saber empírico, ligada as práticas
necessárias à vida e nada tinha a oferecer à ciência nem a receber dela.
CIÊNCIA MODERNA –
nasce vinculada à ideia de intervir na natureza, de conhecê-la para controlá-la
e dominá-la. Torna-se inseparável da tecnologia.
- Mudanças científicas: 1º
se refere à passagem do racionalismo e empirismo ao construtivismo; 2º
refere-se a passagem da ciência antiga teorética, qualitativa – a ciência
moderna tecnológica, quantitativa.
Idade Moderna (1453 – queda
de Constantinopla/1789 – Revolução Francesa), período histórico que vai de
meados do século XV ao século XVIII. Dentre os principais acontecimentos da
Idade Moderna pode-se citar: As Grandes Navegações; O Renascimento; A Reforma
Religiosa; O Absolutismo; O Iluminismo; Início da Revolução Francesa. A partir
do século XV, diversos acontecimentos sociais, políticos, econômicos e
culturais levaram a transformação da sociedade européia, entre eles:
a) A passagem do
feudalismo para o capitalismo: que se vinculou ao florescimento do comércio.
b) A formação dos Estados
Nacionais: que fez surgir novas concepções político-econômicas.
d) O
desenvolvimento da ciência natural: que criou novos métodos científicos de
investigação. Impulsionados pela confiança na razão humana.
e) A invenção da imprensa: que
possibilitou a impressão dos textos gregos e romanos, contribuindo para a
formação do humanismo.
- Todos esses
acontecimentos modificaram, em muitas regiões, o modo de ser, viver e perceber
a realidade. Nas artes, nas ciências e na filosofia surgiram novas ideias,
concepções e valores. Um exemplo dessas mudanças foi o desabrochar de uma
tendência social antropocêntrica (que tem o ser humano como centro), em
lugar da supervalorização da fé cristã e da visão teocêntrica (que tem
Deus como centro) da realidade. Isso levou ao desenvolvimento do Racionalismo
e de uma filosofia laica (não religiosa), que de modo geral revelou
a capacidade da razão de intervir no mundo, organizar a sociedade e aperfeiçoar
a vida humana. Uma característica importante do pensamento moderno é o
racionalismo, ou seja, só a razão é capaz de conhecer. Uma das expressões mais
claras desse racionalismo é o interesse pelo método. O problema esta voltado
para se nós podemos eventualmente conhecer qualquer coisa.
Humanismo –
movimento intelectual, artístico e filosófico que assinala a transição da Idade
Média (começo do século V até meados do século XV) para o Renascimento (séculos
XV e XVI), marcada pela ascensão do mercantilismo e dos ideais burgueses. Termo
que indica a área cultural que cobria os estudos clássicos, em oposição à área
que abrangia as disciplinas científicas.
Renascimento –
período histórico oposto ao medieval; representa a síntese de um novo espírito
intelectual que surgiu na Itália, rompendo com o medievalismo e iniciando a
época moderna da humanidade. Foi uma volta deliberada, que propunha a
ressurreição consciente do passado, considerando nesse momento como fonte de
inspiração e modelo de civilização. Esse ideal pode ser entendido como a valorização
do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural.
- Humanismo e Renascimento são as
duas faces de um único fenômeno, que marcaram o início dos tempos modernos.
Nesse período, as ciências deram um grande salto.
- Copérnico (1473-1543)
escreveu o Tratado das revoluções dos corpos celestes, afirmando que a
Terra gira em torno do Sol;
- Galileu (1564-1642)
descobriu as leis matemáticas que explicam a queda dos corpos. Surge também, a
anatomia, as três leis do movimento do planeta e a imprensa.
O pensamento moderno surge
propiciando mudanças nas ciências e na visão do mundo. Logo se desenvolvem três
ideias centrais:
a) A teologia
se separa da Filosofia, sendo esta autônoma;
b) A matemática
passa a ser a escola da razão por excelência;
c) A idéia do método experimental e
da objetividade dos fatos naturais.
- Uma das explicações mais
plausíveis sobre as mudanças ocorridas refere-se a classe comerciante,
constituída pelos burgueses, que se impôs ao ócio da aristocracia através da
valorização do trabalho;
- Galileu Galilei
(1564-1642), criador do método científico, é o responsável pela moderna
concepção de ciência;
- Supremacia do
racionalismo, que recusa o critério da autoridade e da revelação predominante
na Idade Média;
- Secularização
ou laicização do pensamento, isto é, o desligamento das justificativas baseadas
na religião, para só aceitar as verdades resultantes da investigação racional
mediante a argumentação.
→ FILÓSOFOS DA CIÊNCIA MODERNA
Bacon realizou uma obra científica
de inegável valor. É considerado um dos fundadores do método indutivo de
investigação científica. Atribui-se a ele, também, a criação do lema “saber
é poder”, que revela sua firme disposição de fazer dos conhecimentos científicos
um instrumento prático de controle da realidade. Preocupado com a utilização
dos conhecimentos científicos na vida prática, Bacon manifestava grande
entusiasmo pelas conquistas técnicas que se difundiam em seu tempo: a bússola,
a pólvora e a imprensa. Para Bacon, a ciência deveria valorizar a pesquisa
experimental, tendo em vista proporcionar resultados objetivos para o ser
humano. A grande contribuição de Bacon para a história da ciência moderna foi
apresentar o conhecimento científico como resultado de um método de
investigação capaz de conciliar aobservação dos fenômenos, a elaboração
racional das hipóteses e a experimentação controlada para comprovar as
conclusões.
Descartes foi extremamente
importante para a filosofia moderna. Ele pregava a ideia de que somente
atingimos a verdade por meio da dúvida. Em outras palavras, deveríamos colocar
todo o nosso conhecimento em dúvida, pois, consequentemente, ao tomarmos essa
atitude, começaríamos a questionar absolutamente tudo, o que propiciaria uma
análise de todos os fatos e conhecimentos que supostamente temos. O método de
Descartes era o da dúvida, também chamado de método cartesiano. Para
ele, só se pode dizer que existe aquilo que pode ser provado. Ele concluiu que
apenas o pensamento era uma certeza, pois realmente existia, sendo, portanto, a
base de tudo. Descartes atribuía o pensamento à existência; daí, a famosa
frase: “Penso, logo existo”. Atribuía uma grande importância à
matemática, como ciência que possibilita o entendimento da realidade. Foi um
grande matemático e é considerado o fundador da geometria analítica. Para
Descartes, a matemática é uma ciência legitima, e por meio dela pode-se
encontrar a precisão e a certeza, necessários para o avanço das ciências
aplicadas. Sua principal obra é o Discurso do Método publicado em 1637.
- foi na obra “Discurso do Método”
que René Descartes (1596-1650) lançou de fato, os fundamentos do método
científico moderno. Embora Descartes tenha concordado com Bacon no sentido de
que a natureza deve ser entendida e modificada em favor do homem, ele
discordava no sentido de que para ele os sentidos devem ser questionados e não
constituem o caminho para o conhecimento verdadeiro. Segundo Descartes a única
coisa da qual não se pode duvidar é o pensamento (o que o leva à máxima “cogito
ergo sum” – “penso, logo existo”) que é fruto da razão, a única da qual se pode
ter certeza. O método cartesiano foi o que possibilitou o desenvolvimento
tecnológico e científico.
- No "Princípios da
Filosofia" (1644), Descartes classifica as ciências quanto à sabedoria ou
grau de clareza e nitidez de ideias que é possível atingir em cada uma. A
ciência, ele diz, pode ser comparada a uma árvore; a metafísica é a raiz, a
física é o tronco, e os três principais ramos são a mecânica, a medicina, e a
moral, estes formando as três aplicações do nosso conhecimento, que são, o
mundo externo, o corpo humano, e a conduta da vida. Mas os conhecimentos
científicos não bastam a si mesmos: o tronco da física sustenta-se em raízes
metafísicas. É o Bom Deus quem garante o conhecimento científico, porque
garante as ideias claras. A física cartesiana resulta, assim, de deduções
racionais abstratas: Deus existe e serve de apoio para retirar do domínio da
dúvida o conhecimento que é claro e evidente. O mundo físico está de antemão
provado por uma ideia inata, a de extensão, que é a essência da corporeidade.
Deus garante que ideias claras da realidade têm correspondência na realidade,
Deus torna os objetos inteligíveis e os sujeitos capazes de intelecção, mas há
que vencer a imperfeição do homem, cujas impressões sensíveis vem de fora e são
deformadas.
Locke é considerado um filósofo de
grande relevância no campo do liberalismo político. Em sua obra Ensaio
acerca do entendimento humano, Locke combateu a doutrina cartesiana segundo
a qual o ser humano possui ideias inatas. Ao contrário de Descartes, defendeu
que “a mente humana, no instante do nascimento, é uma tabula rasa”. Ao
nascer, nossa mente seria como um papel em branco, sem nenhuma ideia
previamente escrita. Locke retomava, assim, a tese empirista segundo a qual
nada existe em nossa mente que não tenha sua origem nos sentidos. Defendia que
as ideias que possuímos são adquiridas ao longo da vida mediante a experiência
sensível imediata e seu processamento interno. Desse modo, o conhecimento seria
constituído basicamente por sensação e reflexão. Em razão de suas
ideais políticas, é considerado o “pai do Iluminismo”.
- Bachelard (1991)
propõe um “pluralismo filosófico” para caracterizar a filosofia das ciências,
pois entende que só é possível abordar “experiência e teoria”, em seus variados
níveis de maturidade, por meio de uma filosofia que acompanhe essa multiplicidade.
O autor define a filosofia das ciências como uma filosofia “dispersa” e
“distributiva”. Assim, “[...] o pensamento científico surgir-nos-á como um
método de dispersão bem ordenado, como um método de análise aprofundada, para
os diversos filosofemas massivamente agrupados nos sistemas filosóficos...” A
análise do pensamento científico mediante de uma filosofia dispersa vai ao
encontro da própria constituição científica, que, de maneira alguma, forma-se a
partir de um conglomerado ordenado. É por isso que Bachelard (1991) diz que os
“[...] diferentes problemas do pensamento científico deveriam, pois, receber
diferentes coeficientes filosóficos” (Bachelard, 1991, p.14-15).
V. KARL POPPER
- “A ciência é uma parte da busca
da verdade”;
- Seguidor da perspectiva crítica
ou transcendental – que parte do pressuposto de que o conhecimento não tem a
capacidade de apreender a substância da realidade, mas apenas sua aparência.
Criou o critério do principio da refutabilidade para afirmar se um conhecimento
pode ser considerado como científico ou não.
- Popper é o autor da
definição atualmente mais aceita de teoria científica: "Uma teoria
científica é um modelo matemático que descreve e codifica as observações que
fazemos. Assim, uma boa teoria deverá descrever uma vasta série de fenômenos
com base em alguns postulados simples como também deverá ser capaz de fazer
previsões claras as quais poderão ser testadas."
- A possibilidade de uma teoria ser
refutada constituía para o filósofo a própria essência da natureza científica.
Assim, uma teoria só pode ser considerada científica quando é falseável, ou
seja, quando é possível prová-la falsa. Esse conceito ficou conhecido como
falseabilidade ou refutabilidade. Segundo Popper, o que não é falseável ou refutável
não pode ser considerado científico.
- Para Popper, a ciência se
desenvolve a partir de revoluções constantes, renovando-se permanentemente. O
critério de falseabilidade está associado à ideia de movimentação e rupturas de
paradigmas científicos, ao contrário do verificacionismo, que tem como
princípio básico a ideia de verdade, portanto algo que se estabiliza em
determinado momento; o falseacionismo ou falibilismo não pressupõe uma verdade
primeira, mas um enunciado seguido de uma contraprova ou de sua “falseação”. A
ideia é a de que a ciência ou o conhecimento científico se desenvolve a partir
da busca e da tentativa de encontrar lacunas para falsear uma teoria. Nesse
caso, os cientistas desenvolveriam teorias (métodos) cada vez mais consistentes
e flexíveis, pois contariam com o princípio da incerteza e das mudanças de
paradigmas. Tais mudanças seriam constantes.
VI. THOMAS KUHN
- Para Kuhn, a ciência é um tipo de
atividade altamente determinada que consiste em resolver problemas (como um
quebra-cabeça) dentro de uma unidade metodológica chamada paradigma.
- Foi ele que estabeleceu o padrão
de racionalidade aceito em uma comunidade científica sendo, portanto, o
princípio fundante de uma ciência para a qual são treinados os cientistas.
- Kuhn afirma que a
ciência se desenvolve a partir de revoluções científicas que ocorrem em
intervalos específicos (geralmente grandes) de tempo. Para Kuhn, a ciência
segue um certo tipo de dogmatismo nesses intervalos, pois se comportará e se
desenvolverá de acordo com o paradigma vigente. Esse paradigma engloba um
conjunto de valores, teorias e métodos que irão influenciar e servir de
“modelo” para uma ou várias comunidades científicas.
MÉTODO EXPERIMENTAL
- O método experimental
é o conjunto de procedimentos científicos que incorporam sistematicamente a
experimentação como forma de estabelecer a verdade/falsidade de uma certa
hipótese científica. A padronização dos testes experimentais possibilita a sua
repetição em quaisquer situações análogas e permite uma confirmação
independente dos resultados pela comunidade científica, o que não acontece com
os enunciados não científicos e pseudocientíficos. Dada a importância da
exatidão dos dados a utilizar, o método experimental exige um aparato técnico
progressivamente mais sofisticado, com o qual se ampliam as limitadas
capacidades naturais de percepção humana. Embora exista uma concepção
largamente difundida do método experimental segundo a qual este consiste na
sequência: enunciado, hipóteses, testes e conclusão (Observação — hipótese
— experimentação — lei ou reformulação da hipótese). O
método experimental orienta-se para a realização de observações e para a
escolha de dados em ordem à comprovação de uma relação casual entre dois
fatores.
CIÊNCIAS
HUMANAS
- Toda e qualquer ciência é humana,
porque resulta da atividade humana de conhecimento. A expressão “ciências
humanas”, no entanto, refere-se àquelas ciências que tem o próprio ser humano
como objeto. Seu objeto científico é o homem, ideia surgida no século XIX. As
disciplinas conhecidas como ciências humanas procuram estudar seu objeto
empregando conceitos, métodos e técnicas propostos pelas ciências da natureza.
Tratam o objeto humano usando modelos hipotético-indutivos e experimentais de
estilo empirista. A constituição das ciências humanas como ciências especificas
consolidou-se a partir das contribuições de três correntes de pensamento: a
fenomenologia, o estruturalismo e o marxismo.
a)
Fenomenologia: é uma descrição daquilo que aparece ou ciência que tem como
objetivo ou projeto essa descrição. Está relacionada diretamente ao conceito de
fenômeno o qual pode ser definido como “aquilo que aparece ou se
manifesta”. É uma ciência de essências, possibilitada apenas pela redução
eidética.
b)
Estruturalismo: entende-se por este termo todo método ou processo de pesquisa
que, em qualquer campo, faça uso do conceito de Estrutura em um dos
sentidos esclarecidos.
c) Marxismo: é o conjunto de ideias
filosóficas, econômicas, políticas e sociais elaboradas primariamente por Karl
Marx e Friedrich Engelse desenvolvidas mais tarde por outros seguidores.
Baseado na concepção materialista e dialética da História, interpreta a vida
social conforme a dinâmica da base produtiva das sociedades e das lutas de
classes daí consequentes. O marxismo compreende o homem como um ser social
histórico e que possui a capacidade de trabalhar e desenvolver a produtividade
do trabalho, o que diferencia os homens dos outros animais e possibilita o
progresso de sua emancipação da escassez da natureza, o que proporciona o
desenvolvimento das potencialidades humanas.
- O campo de estudo/de investigação
das ciências humanas é: a psicologia, a sociologia, a economia, a antropologia,
a história, a lingüística e a psicanálise.
TENDÊNCIA NATURALISTA E HUMANISTA
- Naturalismo - Tendência
das artes plásticas, da literatura e do teatro surgida na França na segunda
metade do século XIX. Baseia-se na filosofia de que só as leis da natureza são
válidas para explicar o mundo e de que o homem está sujeito a um inevitável
condicionamento biológico e social. Doutrina segundo a qual nada existe fora da
natureza e Deus é apenas o princípio de movimento das coisas naturais.
- Humanismo – é o movimento
literário e filosófico que nasceu na Itália na segunda metade do séc. XIV,
difundindo-se para os demais países da Europa e constituindo a origem da
cultura moderna. É o movimento filosófico que tome como fundamento a natureza
humana ou os limites e interesses do homem. O humanismo é toda filosofia que tome
o homem como “medida das coisas”, segundo antigas palavras de Protágoras. É
qualquer tendência filosófica que leve em consideração as possibilidades e,
portanto, as limitações do homem, e que, com base nisso, redimensione os
problemas filosóficos.
- Empirismo – para o
Empirismo, o fundamento e a fonte de todo e qualquer conhecimento é a
experiência sensível, que é responsável pela existência das ideias na razão e
controla o trabalho da própria razão, pois o valor e o sentido da atividade
racional dependem do que é determinado pela experiência sensível. Para os
empiristas, o modelo do conhecimento verdadeiro é dado pelas ciências naturais
ou ciências experimentais, como a física e a química. Representantes: John
Locke, Isaac Newton, Thomas Hobbes, George Berkeley, David Hume.
- Iluminismo – linha
filosófica caracterizada pelo empenho em estender a razão crítica e guia a
todos os campos da experiência humana. O iluminismo não é somente uso crítico
da razão; é também o compromisso de utilizar a razão e os resultados que ela
pode obter nos vários campos de pesquisa para melhorar a vida individual e
social do homem. O iluminismo foi um movimento de ideias, no sentido forte de
um processo de constituição e acumulação de saber sempre renovado e sempre
capaz de ser modificado até nos fundamentos. Foi um movimento de ideias que
repudiava qualquer sistema rígido e acabado de pensamento. Esse período é
chamado também de momento das luzes, e o século XVII, século das luzes, pois
considera-se que o ser humano “se iluminou”, se descobriu mais verdadeiramente
como detentor e produtor de conhecimentos. Representantes: Montesquieu,
Jean-Jacques Rousseau, Voltaire, Diderot, Adam Smith, Immanuel Kant.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de
Filosofia. 4º Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BARAQUIN, Noëlla. LAFFITTE,
Jacqueline. Dicionário universitário dos filósofos. São Paulo: Martins
Fontes, 2007.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à
Filosofia. São Paulo: Ática, 2010. Ensino médio, volume único.
______. Filosofia. São
Paulo: Ática, 2004. Série Novo Ensino Médio, volume único.
COTRIM, Gilberto. FERNANDES, Mirna.
Fundamentos de filosofia. 1º Ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
DESCARTES, René. Discurso do
método. São Paulo: Martin Claret, 2006.
HARWOOD, Jeremy. Filosofia: um
guia com as idéias de 100 grandes pensadores. São Paulo: Planeta, 2013.
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe.
São Paulo: Martin Claret, 2007.
VASCONCELOS, Ana. Manual
compacto de Filosofia. 2º Ed. São Paulo: Rideel, 2011.
Surgimento da Ciência
“A ÚNICA COISA DE QUE PRECISAMOS PARA
NOS TORNARMOS BONS FILÓSOFOS É A CAPACIDADE DE NOS ADMIRARMOS COM AS COISAS.”
(Jostein Gaarder)
I. CIÊNCIA
Nos séculos VII
e VI a.C. surge a filosofia na Grécia nas colônias gregas e do Magma Grécia,
essa filosofia fica conhecida como pré-socrática. Ciência Antiga o que se chama
de filosofia é um conhecimento abstrato sobre as coisas, que se percebia
somente com observação a olho nu, como os filósofos antigos que somente com a
observação e a razão tentaram descobrir qual era o elemento fundamental das
coisas ou arché. São os gregos pré-socráticos que transformam o conhecimento
empírico em ciência, inicialmente essas reflexões são realizadas por: Tales de
Mileto; Pitágoras de Samos; Hipócrates; Platão; Aristóteles; Euclides.
A Grécia Antiga
testemunhou, no entanto, o surgimento de uma perspectiva cognitiva nova: a
busca do conhecimento pelo próprio conhecimento, por mera curiosidade
intelectual. Aqueles que cultivavam essa busca do saber pelo saber foram
chamados filósofos, “os que amam ou buscam a sabedoria”.
Os filósofos
gregos foram os primeiros que passaram a explicar a natureza e os fenômenos que
nela ocorrem através da razão. Essa passagem do pensamento mítico e fantasioso
para o pensamento racional foi dando à Filosofia uma certa base científica. A
partir da Filosofia surge a Ciência, pois o Homem reorganiza as
inquietações que assolam o campo das ideias e utiliza-se de experimentos para
interagir com a sua própria realidade. Assim a partir da inquietação, o
homem através de instrumentos e procedimentos equaciona o campo das hipóteses e
exercita a razão. São organizados os padrões de pensamentos que formulam as
diversas teorias agregadas ao conhecimento humano. Contudo o conhecimento
científico por sua própria natureza torna-se suscetível às descobertas de novas
ferramentas ou instrumentos que aprimoraram o campo da sua observação e
manipulação, o que em última análise, implica tanto na ampliação, quanto no
questionamento de tais conhecimentos. Neste contexto a filosofia surge como
"a mãe de todas as ciências".
A ciência antiga possui
estreita ligação com a filosofia e é extremamente teorética; a técnica era um
saber empírico, ligado às práticas necessárias à vida e nada tinha a oferecer a
ciência.
O pensamento científico surgiu na
Grécia Antiga aproximadamente no século VI a.C. com os pensadores
pré-socráticos que foram chamados de "Filósofos da Natureza" e também
"Pré-cientistas". Foi um período onde a sociedade ocidental, saiu de
uma forma de pensamento baseada em mitos e dogmas, para entrar no pensamento
científico baseado no ceticismo.
Para a ciência,
uma teoria é uma ideia, mas se observarmos fatos que comprovem a falsidade da
ideia, o cientista tem a obrigação de destruir ou modificar a teoria. Foi na
época de Sócrates e seus contemporâneos que o pensamento científico se
consolidou, principalmente com o surgimento do conceito de "prova
científica", ou repetição do fato observado na natureza. Quando esse
processo de modificação no pensamento grego terminou, aproximadamente noventa
por cento dos gregos haviam se tornado ateus. Tanto as religiões como a ciência
tentam descrever a natureza e dar uma explicação para a origem do universo. A
diferença está na forma de pensar de um cientista. O cientista não aceita
descrever o natural com o sobrenatural. Para o cientista é necessário provas
observadas e o que se observa sempre destrói as ideias. Para um cientista, a
ciência é uma só, pois a natureza é apenas uma. Sendo assim, as ideias da
física devem complementar as ideias da química, da paleontologia, geografia e
assim por diante. Embora a ciência seja dividida em áreas, para facilitar o
estudo, ela ainda continua sendo apenas uma.
a) O QUE É CIÊNCIA?
O termo ciência vem do latim scientia,
que significa “conhecimento”. É o campo da atividade humana que se dedica à
construção de um conhecimento sistemático e seguro a respeito dos fenômenos do
mundo. A palavra conhecimento pode ser usada em um sentido geral e em um
sentido estrito, que é o conhecimento sólido e bem fundamentado. Trata-se do
que os gregos chamavam de episteme, o tipo de conhecimento que interessa
à ciência. Por isso, a investigação sobre o conhecimento obtido pela ciência é
conhecida como epistemologia.
Segundo o filósofo Gaston
Bachelard, a ciência é um conjunto de saberes cuja compreensão histórica
não se faz de traz para frente. Isso significa que não se entende a ciência
investigando as origens de forma linear.
“A ciência não corresponde a um
mundo a descrever. Ela corresponde a um mundo a construir.” (BACHELARD, G.)
b) OBJETIVO DA CIÊNCIA
O objetivo da ciência é tornar o
mundo compreensível, proporcionando ao ser humano meios para prever situações e
exercer controle sobre a natureza.
- Jacob Bronowski, afirma que, pelo
conhecimento científico o “homem domina a natureza não pela força, mas pela
compreensão”.
c) MÉTODO CIENTÍFICO
O Conhecimento científico é
alcançado por meio do método científico. Método em sua raiz etimológica advém
dos seguintes termos gregos: meta (através); hodos (caminho).
- O Método científico envolve
núcleo de procedimentos, que orienta o modo de conduzir uma investigação
científica.
- O método científico tem por base,
de modo geral, uma estrutura lógica que engloba diversas etapas, as quais devem
ser percorridas na busca de solução para o problema proposto. Etapas do método
científico:
d) CONCEPÇÕES DE CIÊNCIA
Três tem sido as principais
concepções de ciência ou de ideais de cientificidade: a racionalista, cujo
modelo de objetividade é a matemática; a empirista, que toma o modelo de
objetividade da medicina grega e da história natural do século XVII; e a
construtivista, cujo modelo de objetividade advém da ideia de razão como
conhecimento aproximativo.
- Concepção racionalista –
afirma que a ciência é um conhecimento racional dedutivo e demonstrativo como a
matemática, portanto, capaz de provar a verdade necessária e universal de seus
enunciados e resultados, sem deixar nenhuma dúvida.
- Concepção empirista –
afirma que a ciência é uma interpretação dos fatos baseada em observações e
experimentos que permitem estabelecer induções e que, ao serem completadas,
oferecem a definição do objeto, suas propriedades e suas leis de funcionamento.
- Concepção construtivista –
considera a ciência uma construção de modelos explicativos para a realidade e
não uma representação da própria realidade.
Racionalistas → dos
gregos até o final do século XVII – A ciência é um conhecimento racional
dedutivo e demonstrativo como a matemática.
Empiristas → Aristóteles
até o final do século XIX – A ciência é uma interpretação dos fatos baseados
nas observações e experimentos.
Construtivista → Iniciada
no século passado – Tem a ciência como uma construção de modelos explicativos
para a realidade e não um modelo para a própria realidade.
O senso comum é o saber do cidadão
que vive normalmente sua vida. É caracterizado por um apego a imagens,
sensações e por um desinteresse na busca de explicações e justificativas. A
ciência é uma ruptura, crítica ao senso comum. Senso comum é uma forma de pensamento
que se recusa aceitar a contestação criteriosa, a crítica com argumentos e
demonstrações. O senso comum é bastante afeito ao um tipo bem rudimentar de
experimentação: o contato físico com os objetos e as realidades.
- O Empirismo é a filosofia que
convém ao conhecimento comum.
III. CONHECIMENTO CIENTÍFICO
O Conhecimento científico constitui
um conhecimento contingente, pois suas preposições ou hipóteses têm a sua
veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não apenas pela
razão, como ocorre no conhecimento filosófico. É sistemático, já que se trata
de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e não
conhecimentos dispersos e desconexos. Possui a característica da
verificabilidade, a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser
comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. Constitui-se em conhecimento
falível, em virtude de não ser definitivo e, por este motivo, é aproximadamente
exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o
acervo de teoria existente.
- O conhecimento é fluente.
- O racionalismo é a filosofia que
convém ao conhecimento científico.
IV. POLÍTICA
O termo política vem do grego politeía
(que, por sua vez, deriva de polis, “cidade-estado”) e designa,
desde a antiguidade, o campo da atividade humana que se refere a cidade, ao
Estado, à administração pública e ao conjunto dos cidadãos. Refere-se,
portanto, a uma área específica das relações existentes entre os indivíduos de
uma sociedade.
V. FILOSOFIA
- A filosofia originou-se de nossa
necessidade de entender o mundo em que vivemos. Por volta do século VI a.C.,
nas colônias gregas da Ásia Menor, na cidade de Mileto (Grécia Antiga). E o
primeiro filósofo foi Tales de Mileto. Seu conteúdo preciso ao nascer é uma
cosmologia (estudo do universo) – principal objeto de estudo dos gregos na
Grécia Antiga. Assim, a filosofia nasce como um conhecimento racional da ordem
do mundo ou da natureza.
- Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras
de Samos a invenção da palavra FILOSOFIA. Pitágoras teria afirmado que a
sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem
desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.
- A palavra filosofia (Φιλοσοφία)
é uma composição de duas palavras gregas: philos (φίλος) e sophia (σοφία).
Philos deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno,
respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a
palavra sophos, sábio. Filosofia significa, portanto, amor a sabedoria,
amizade pela sabedoria, respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria,
tem amizade pelo saber, deseja saber. Pitágoras afirmava que a sabedoria plena
pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.
a) DIFERENÇA ENTRE O
CIENTISTA E O FILÓSOFO
O cientista é um observador, estuda
as coisas que existem no universo. O filósofo é um indagador, parte das
interrogações, investiga o porquê das coisas estarem no universo e serem o que
são. Segundo Bertrand Russell, a filosofia busca alcançar uma visão global,
harmônica e crítica do conhecimento; a ciência, no entanto, interessa-se mais
em resolver problemas específicos, delimitados.
b) EPISTEMOLOGIA (FILOSOFIA
DA CIÊNCIA)
A epistemologia ou filosofia da ciência é o campo de reflexão sobre a ciência, uma reflexão crítica sobre os fundamentos do saber científico. A filosofia da ciência é o estudo da metodologia científica. Trata-se de investigar o que caracteriza a atividade científica, em quê a ciência se separa do senso comum e da filosofia e quais hipóteses justificam e explicam o conhecimento científico.
A epistemologia ou filosofia da ciência é o campo de reflexão sobre a ciência, uma reflexão crítica sobre os fundamentos do saber científico. A filosofia da ciência é o estudo da metodologia científica. Trata-se de investigar o que caracteriza a atividade científica, em quê a ciência se separa do senso comum e da filosofia e quais hipóteses justificam e explicam o conhecimento científico.
c) FILÓSOFOS DA CIÊNCIA
- Karl Popper (1902-1994): físico,
matemático e filósofo da ciência, propunha uma única possibilidade para o saber
científico, o critério da refutabilidade ou da falseabilidade. De acordo com
este critério, uma teoria mantém-se como verdadeira até que seja refutada, isto
é, até que seja demonstrada sua falsidade, suas brechas, seus limites. Para
ele, não existe observação pura, pois todas as observações são sempre
realizadas à luz de pressupostos e de teorias que o cientista traz consigo.
- Gaston Bachelard (1884-1962):
destacou a importância do estudo da história da ciência como instrumento de
análise da própria racionalidade. Nessa pesquisa, a atividade científica é
entendida como parte de um processo histórico amplo e que possui um caráter
social. Segundo ele, a ciência progride por rupturas epistemológicas quando
supera obstáculos epistemológicos. Destacou o papel da imaginação e da
criatividade como elementos imprescindíveis à prática cinetífica.
- Thomas Kuhn (1922-1996):
desenvolveu sua teoria acerca da história da ciência entendendo-a não como um
processo linear e evolutivo, mas como uma sucessão de paradigmas que se
confrontam entre si.
VI. PODER
A palavra poder vem do latim potere,
posse, “poder, ser capaz de”. Refere-se fundamentalmente à faculdade,
capacidade, força ou recurso para produzir certos efeitos. Segundo Bertrand
Russel (1872-1970), o poder é a capacidade de fazer que os demais realizem
aquilo que queremos. A filosofia política investiga o poder do ser humano sobre
outros seres humanos, isto é, o poder social.
- Existem três formas de poder:
econômico, ideológico e o político.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARAQUIN, Noëlla. LAFFITTE,
Jacqueline. Dicionário universitário dos filósofos. São Paulo: Martins
Fontes, 2007.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à
Filosofia. São Paulo: Ática, 2010. Ensino médio, volume único.
_____. Filosofia. São
Paulo: Ática, 2004. Série Novo Ensino Médio, volume único.
COTRIM, Gilberto. FERNANDES,
Mirna. Fundamentos de filosofia. 1º Ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
HARWOOD, Jeremy. Filosofia: um
guia com as idéias de 100 grandes pensadores. São Paulo: Planeta, 2013.
HUISMAN,
Dnis. Dicionário de obras filosóficas. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
Segundo o
filósofo Gaston Bachelard, a ciência é um conjunto de saberes cuja
compreensão histórica não se faz de traz para frente. Isso significa que não se
entende a ciência investigando as origens de forma linear.
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quarta-feira, 22 de junho de 2016
APOSTILA FILOSOFIA - 2 ANO
Olá pessoal,
A apostila de filosofia do primeiro bimestre esta disponível no link abaixo:
http://www.4shared.com/file/x4VUJBttce/Apostila_Filosofia_2_ano_-_1B.html
Qualquer dúvida, entrem em contato.
A apostila de filosofia do primeiro bimestre esta disponível no link abaixo:
http://www.4shared.com/file/x4VUJBttce/Apostila_Filosofia_2_ano_-_1B.html
Qualquer dúvida, entrem em contato.
APOSTILA SOCIOLOGIA - 3 ANO
Olá alunos das turmas 3001, 3002, 3004, 3005, 3006 e 3007, segue abaixo link para a apostila de Sociologia: CULTURA, CONSUMO E COMUNICAÇÃO DE MASSA.
http://www.4shared.com/account/home.jsp#dir=Qkwy3XwC
Qualquer dúvida, entrem em contato.
Elciana
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