“A ÚNICA COISA DE QUE PRECISAMOS PARA
NOS TORNARMOS BONS FILÓSOFOS É A CAPACIDADE DE NOS ADMIRARMOS COM AS COISAS.”
(Jostein Gaarder)
I. CIÊNCIA
Nos séculos VII
e VI a.C. surge a filosofia na Grécia nas colônias gregas e do Magma Grécia,
essa filosofia fica conhecida como pré-socrática. Ciência Antiga o que se chama
de filosofia é um conhecimento abstrato sobre as coisas, que se percebia
somente com observação a olho nu, como os filósofos antigos que somente com a
observação e a razão tentaram descobrir qual era o elemento fundamental das
coisas ou arché. São os gregos pré-socráticos que transformam o conhecimento
empírico em ciência, inicialmente essas reflexões são realizadas por: Tales de
Mileto; Pitágoras de Samos; Hipócrates; Platão; Aristóteles; Euclides.
A Grécia Antiga
testemunhou, no entanto, o surgimento de uma perspectiva cognitiva nova: a
busca do conhecimento pelo próprio conhecimento, por mera curiosidade
intelectual. Aqueles que cultivavam essa busca do saber pelo saber foram
chamados filósofos, “os que amam ou buscam a sabedoria”.
Os filósofos
gregos foram os primeiros que passaram a explicar a natureza e os fenômenos que
nela ocorrem através da razão. Essa passagem do pensamento mítico e fantasioso
para o pensamento racional foi dando à Filosofia uma certa base científica. A
partir da Filosofia surge a Ciência, pois o Homem reorganiza as
inquietações que assolam o campo das ideias e utiliza-se de experimentos para
interagir com a sua própria realidade. Assim a partir da inquietação, o
homem através de instrumentos e procedimentos equaciona o campo das hipóteses e
exercita a razão. São organizados os padrões de pensamentos que formulam as
diversas teorias agregadas ao conhecimento humano. Contudo o conhecimento
científico por sua própria natureza torna-se suscetível às descobertas de novas
ferramentas ou instrumentos que aprimoraram o campo da sua observação e
manipulação, o que em última análise, implica tanto na ampliação, quanto no
questionamento de tais conhecimentos. Neste contexto a filosofia surge como
"a mãe de todas as ciências".
A ciência antiga possui
estreita ligação com a filosofia e é extremamente teorética; a técnica era um
saber empírico, ligado às práticas necessárias à vida e nada tinha a oferecer a
ciência.
O pensamento científico surgiu na
Grécia Antiga aproximadamente no século VI a.C. com os pensadores
pré-socráticos que foram chamados de "Filósofos da Natureza" e também
"Pré-cientistas". Foi um período onde a sociedade ocidental, saiu de
uma forma de pensamento baseada em mitos e dogmas, para entrar no pensamento
científico baseado no ceticismo.
Para a ciência,
uma teoria é uma ideia, mas se observarmos fatos que comprovem a falsidade da
ideia, o cientista tem a obrigação de destruir ou modificar a teoria. Foi na
época de Sócrates e seus contemporâneos que o pensamento científico se
consolidou, principalmente com o surgimento do conceito de "prova
científica", ou repetição do fato observado na natureza. Quando esse
processo de modificação no pensamento grego terminou, aproximadamente noventa
por cento dos gregos haviam se tornado ateus. Tanto as religiões como a ciência
tentam descrever a natureza e dar uma explicação para a origem do universo. A
diferença está na forma de pensar de um cientista. O cientista não aceita
descrever o natural com o sobrenatural. Para o cientista é necessário provas
observadas e o que se observa sempre destrói as ideias. Para um cientista, a
ciência é uma só, pois a natureza é apenas uma. Sendo assim, as ideias da
física devem complementar as ideias da química, da paleontologia, geografia e
assim por diante. Embora a ciência seja dividida em áreas, para facilitar o
estudo, ela ainda continua sendo apenas uma.
a) O QUE É CIÊNCIA?
O termo ciência vem do latim scientia,
que significa “conhecimento”. É o campo da atividade humana que se dedica à
construção de um conhecimento sistemático e seguro a respeito dos fenômenos do
mundo. A palavra conhecimento pode ser usada em um sentido geral e em um
sentido estrito, que é o conhecimento sólido e bem fundamentado. Trata-se do
que os gregos chamavam de episteme, o tipo de conhecimento que interessa
à ciência. Por isso, a investigação sobre o conhecimento obtido pela ciência é
conhecida como epistemologia.
Segundo o filósofo Gaston
Bachelard, a ciência é um conjunto de saberes cuja compreensão histórica
não se faz de traz para frente. Isso significa que não se entende a ciência
investigando as origens de forma linear.
“A ciência não corresponde a um
mundo a descrever. Ela corresponde a um mundo a construir.” (BACHELARD, G.)
b) OBJETIVO DA CIÊNCIA
O objetivo da ciência é tornar o
mundo compreensível, proporcionando ao ser humano meios para prever situações e
exercer controle sobre a natureza.
- Jacob Bronowski, afirma que, pelo
conhecimento científico o “homem domina a natureza não pela força, mas pela
compreensão”.
c) MÉTODO CIENTÍFICO
O Conhecimento científico é
alcançado por meio do método científico. Método em sua raiz etimológica advém
dos seguintes termos gregos: meta (através); hodos (caminho).
- O Método científico envolve
núcleo de procedimentos, que orienta o modo de conduzir uma investigação
científica.
- O método científico tem por base,
de modo geral, uma estrutura lógica que engloba diversas etapas, as quais devem
ser percorridas na busca de solução para o problema proposto. Etapas do método
científico:
d) CONCEPÇÕES DE CIÊNCIA
Três tem sido as principais
concepções de ciência ou de ideais de cientificidade: a racionalista, cujo
modelo de objetividade é a matemática; a empirista, que toma o modelo de
objetividade da medicina grega e da história natural do século XVII; e a
construtivista, cujo modelo de objetividade advém da ideia de razão como
conhecimento aproximativo.
- Concepção racionalista –
afirma que a ciência é um conhecimento racional dedutivo e demonstrativo como a
matemática, portanto, capaz de provar a verdade necessária e universal de seus
enunciados e resultados, sem deixar nenhuma dúvida.
- Concepção empirista –
afirma que a ciência é uma interpretação dos fatos baseada em observações e
experimentos que permitem estabelecer induções e que, ao serem completadas,
oferecem a definição do objeto, suas propriedades e suas leis de funcionamento.
- Concepção construtivista –
considera a ciência uma construção de modelos explicativos para a realidade e
não uma representação da própria realidade.
Racionalistas → dos
gregos até o final do século XVII – A ciência é um conhecimento racional
dedutivo e demonstrativo como a matemática.
Empiristas → Aristóteles
até o final do século XIX – A ciência é uma interpretação dos fatos baseados
nas observações e experimentos.
Construtivista → Iniciada
no século passado – Tem a ciência como uma construção de modelos explicativos
para a realidade e não um modelo para a própria realidade.
O senso comum é o saber do cidadão
que vive normalmente sua vida. É caracterizado por um apego a imagens,
sensações e por um desinteresse na busca de explicações e justificativas. A
ciência é uma ruptura, crítica ao senso comum. Senso comum é uma forma de pensamento
que se recusa aceitar a contestação criteriosa, a crítica com argumentos e
demonstrações. O senso comum é bastante afeito ao um tipo bem rudimentar de
experimentação: o contato físico com os objetos e as realidades.
- O Empirismo é a filosofia que
convém ao conhecimento comum.
III. CONHECIMENTO CIENTÍFICO
O Conhecimento científico constitui
um conhecimento contingente, pois suas preposições ou hipóteses têm a sua
veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não apenas pela
razão, como ocorre no conhecimento filosófico. É sistemático, já que se trata
de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e não
conhecimentos dispersos e desconexos. Possui a característica da
verificabilidade, a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser
comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. Constitui-se em conhecimento
falível, em virtude de não ser definitivo e, por este motivo, é aproximadamente
exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o
acervo de teoria existente.
- O conhecimento é fluente.
- O racionalismo é a filosofia que
convém ao conhecimento científico.
IV. POLÍTICA
O termo política vem do grego politeía
(que, por sua vez, deriva de polis, “cidade-estado”) e designa,
desde a antiguidade, o campo da atividade humana que se refere a cidade, ao
Estado, à administração pública e ao conjunto dos cidadãos. Refere-se,
portanto, a uma área específica das relações existentes entre os indivíduos de
uma sociedade.
V. FILOSOFIA
- A filosofia originou-se de nossa
necessidade de entender o mundo em que vivemos. Por volta do século VI a.C.,
nas colônias gregas da Ásia Menor, na cidade de Mileto (Grécia Antiga). E o
primeiro filósofo foi Tales de Mileto. Seu conteúdo preciso ao nascer é uma
cosmologia (estudo do universo) – principal objeto de estudo dos gregos na
Grécia Antiga. Assim, a filosofia nasce como um conhecimento racional da ordem
do mundo ou da natureza.
- Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras
de Samos a invenção da palavra FILOSOFIA. Pitágoras teria afirmado que a
sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem
desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.
- A palavra filosofia (Φιλοσοφία)
é uma composição de duas palavras gregas: philos (φίλος) e sophia (σοφία).
Philos deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno,
respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a
palavra sophos, sábio. Filosofia significa, portanto, amor a sabedoria,
amizade pela sabedoria, respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria,
tem amizade pelo saber, deseja saber. Pitágoras afirmava que a sabedoria plena
pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.
a) DIFERENÇA ENTRE O
CIENTISTA E O FILÓSOFO
O cientista é um observador, estuda
as coisas que existem no universo. O filósofo é um indagador, parte das
interrogações, investiga o porquê das coisas estarem no universo e serem o que
são. Segundo Bertrand Russell, a filosofia busca alcançar uma visão global,
harmônica e crítica do conhecimento; a ciência, no entanto, interessa-se mais
em resolver problemas específicos, delimitados.
b) EPISTEMOLOGIA (FILOSOFIA
DA CIÊNCIA)
A epistemologia ou filosofia da ciência é o campo de reflexão sobre a ciência, uma reflexão crítica sobre os fundamentos do saber científico. A filosofia da ciência é o estudo da metodologia científica. Trata-se de investigar o que caracteriza a atividade científica, em quê a ciência se separa do senso comum e da filosofia e quais hipóteses justificam e explicam o conhecimento científico.
A epistemologia ou filosofia da ciência é o campo de reflexão sobre a ciência, uma reflexão crítica sobre os fundamentos do saber científico. A filosofia da ciência é o estudo da metodologia científica. Trata-se de investigar o que caracteriza a atividade científica, em quê a ciência se separa do senso comum e da filosofia e quais hipóteses justificam e explicam o conhecimento científico.
c) FILÓSOFOS DA CIÊNCIA
- Karl Popper (1902-1994): físico,
matemático e filósofo da ciência, propunha uma única possibilidade para o saber
científico, o critério da refutabilidade ou da falseabilidade. De acordo com
este critério, uma teoria mantém-se como verdadeira até que seja refutada, isto
é, até que seja demonstrada sua falsidade, suas brechas, seus limites. Para
ele, não existe observação pura, pois todas as observações são sempre
realizadas à luz de pressupostos e de teorias que o cientista traz consigo.
- Gaston Bachelard (1884-1962):
destacou a importância do estudo da história da ciência como instrumento de
análise da própria racionalidade. Nessa pesquisa, a atividade científica é
entendida como parte de um processo histórico amplo e que possui um caráter
social. Segundo ele, a ciência progride por rupturas epistemológicas quando
supera obstáculos epistemológicos. Destacou o papel da imaginação e da
criatividade como elementos imprescindíveis à prática cinetífica.
- Thomas Kuhn (1922-1996):
desenvolveu sua teoria acerca da história da ciência entendendo-a não como um
processo linear e evolutivo, mas como uma sucessão de paradigmas que se
confrontam entre si.
VI. PODER
A palavra poder vem do latim potere,
posse, “poder, ser capaz de”. Refere-se fundamentalmente à faculdade,
capacidade, força ou recurso para produzir certos efeitos. Segundo Bertrand
Russel (1872-1970), o poder é a capacidade de fazer que os demais realizem
aquilo que queremos. A filosofia política investiga o poder do ser humano sobre
outros seres humanos, isto é, o poder social.
- Existem três formas de poder:
econômico, ideológico e o político.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Jacqueline. Dicionário universitário dos filósofos. São Paulo: Martins
Fontes, 2007.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à
Filosofia. São Paulo: Ática, 2010. Ensino médio, volume único.
_____. Filosofia. São
Paulo: Ática, 2004. Série Novo Ensino Médio, volume único.
COTRIM, Gilberto. FERNANDES,
Mirna. Fundamentos de filosofia. 1º Ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
HARWOOD, Jeremy. Filosofia: um
guia com as idéias de 100 grandes pensadores. São Paulo: Planeta, 2013.
HUISMAN,
Dnis. Dicionário de obras filosóficas. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
Segundo o
filósofo Gaston Bachelard, a ciência é um conjunto de saberes cuja
compreensão histórica não se faz de traz para frente. Isso significa que não se
entende a ciência investigando as origens de forma linear.
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