Sejam Bem Vindos!

Este blog foi criado para melhor interação com meus alunos do Ensino Médio, facilitando a comunicação, troca de infromações e conteúdos. Espero que seja útil a todos que se interessam pelos temas abordados.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Filme "O Sorriso de Monalisa"

O filme “O Sorriso de Mona Lisa” remonta a uma época tradicionalíssima
nos Estados Unidos, os anos 50.
A professora de artes Katherine Watson, educada na liberal Universidade Berkeley, na Califórnia, consegue depois de muito esforço, uma cadeira de História da Arte no tradicional Wellesley College, um colégio feminino, onde as melhores e mais brilhantes jovens mulheres dos Estados Unidos recebem uma dispendiosa educação para se transformarem em cultas esposas e responsáveis mães.
No filme, a professora irá tentar abrir a mente de suas alunas para um pensamento liberal, enfrentando a administração da escola e as próprias garotas. Na primeira aula, a professora Katherine se surpreende, pois as meninas estão tremendamente preparadas e sabem praticamente todo o programa de cor. Katherine busca então, uma nova abordagem: esquece os livros e introduz as meninas à arte moderna, com slides de obras famosas e até mesmo com formas simples de arte. Ela passa uma nova concepção do que seria a arte moderna.
Katherine passa também, uma nova visão de vida para as alunas de Wellesley. Ela faz o possível para colocar na cabeça das alunas que elas não precisam ficar em casa pelo resto da vida. Elas podem fazer faculdade, trabalhar, e ao mesmo tempo ter uma família. Essa nova visão de mundo cativa algumas alunas e enfurecem outras. O educador não deve deixar de contribuir no sentido de preparar o indivíduo para que este compreenda sua capacidade e valor dentro do processo educacional.
A professora, como formadora de opinião, ensina suas alunas a não apenas reproduzirem o conhecimento, mas a tornarem-se produtoras do mesmo, através da busca de releituras de obras de arte e das regras da vida. Katherine recebeu uma cômoda oferta para adequar-se ao sistema e passivamente perpetuar o tradicionalismo vivido nos anos cinqüenta, mas manteve sua visão educacional liberal e inovadora.
Atividade
Após assistir ao filme, fazer resumo (mínimo de 20 linhas) destacando: a liberdade de escolha na época; o papél da mulher na sociedade e na família; a intolerância; o preconceito; valores; etc.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

FILOSOFIA - A VERDADE

O QUE É A VERDADE?

No início da história da Filosofia, os filósofos começaram a se perguntar sobre as mais diversas questões que permeiam o pensamento humano. Uma delas é sobre a verdade. O que é a Verdade?
Platão inaugura seu pensamento sobre a verdade afirmando: “Verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são; falso aquele que as diz como não são”. É a partir daí que começou a se formar a problemática em torno da verdade.
No dicionário Aurélio encontra-se a seguinte definição de verdade: “Conformidade com o real”. Talvez merecesse um comentário mais amplo, a afirmação acima de Platão, mas partindo do conceito dado pelo dicionário pode-se chegar as seguintes conclusões: Não existe uma verdade cujo sujeito possa ser o seu detentor; a Filosofia chegou a distinguir cinco conceitos fundamentais da verdade: a verdade como correspondência, como revelação, como conformidade a uma regra, como coerência e como utilidade. Falar-se-á um pouco de cada uma.
A verdade como correspondência diz respeito à afirmação platônica que foi citado no inicio deste texto. É a verdade que garante a realidade, ou seja, o objeto falado é apresentado como ele é. Aristóteles diz que: “Negar aquilo que é, e afirmar aquilo que não é, é falso, enquanto afirmar o que é e negar o que não é, é verdade”. Essa definição de verdade é a mais antiga e divulgada.
A concepção de verdade, sob o aspecto da revelação, surge num tempo em que empirismo, metafísica e teologia apresentaram novas formas de se entender a realidade. Trata-se de uma verdade que sob a luz empirista se revelou ao homem por meio das sensações, e sob a perspectiva metafísica ou teológica mostrou o verdadeiro por meio de um Ser supremo, Deus, que evidencia a essência das coisas.
A conformidade apresenta uma verdade que se adapta a uma regra ou um conceito. E esta noção de conformidade foi usada pela primeira vez por Platão: “... tudo o que me parece de acordo com este, considero verdadeiro,...” e retornando a história, Santo Agostinho afirma: “existe, sobre a nossa mente, uma lei que se chama verdade”. Em suma, a verdade, no sentido da conformidade, deve-se adequar a uma regra ou conceito.
Já na metade do século XIX, surgiu no movimento idealista inglês, a noção de verdade como coerência. Essa idéia de coerência foi difundida pelo filósofo Bradley. Ele critica o mundo da experiência humana partindo da idéia de que “o princípio de que o que é contraditório, não pode ser real”, isso o fez aceitar que “a verdade é coerência perfeita”.
Por fim, achou-se o pressuposto de verdade como utilidade, formulada primeiramente por Nietzsche: “Verdadeiro não significa em geral senão o que é apto à conservação da humanidade. O que me deixa sem vida quando acredito nele não é a verdade para mim, é uma relação arbitrária e ilegítima do meu ser com as coisas externas”. A preocupação é que a verdade como utilidade seja algo que faça bem toda a humanidade. O que não é de práxis para a conservação do bem, podemos dizer que é verdade?
Toda essa investigação sobre a verdade limita muito esse tema. A verdade possui inúmeros significados, dependendo da pessoa que a defina. Ela continuará sendo uma das questões mais abordadas nestes últimos tempos.
Estamos em um mundo de grandes transformações. Muitas ideologias são nos apresentadas como verdades inquebrantáveis. Somos forçados a acreditar na mídia, na política e na manifestação religiosa. Isso acontece de uma maneira inconsciente.
O que nos libertará de toda essa prisão é nossa atitude como sujeitos formadores de consciência crítica. A questão é ir afundo sobre aquilo que nos é apresentado. Fugir do senso comum e criar opiniões próprias. Depende de você encarar isso como verdade.

FILOSOFIA - A RAZÃO

RAZÃO INATA OU ADQUIRIRDA
Inatismo ou empirismo?
De onde vieram os princípios racionais? De onde veio a capacidade para a intuição e para o raciocínio? Nascemos com eles? Ou nos seriam dados pela educação e pelo costume? Seriam algo próprio dos seres humanos, constituindo a natureza deles, ou seriam adquiridos pela experiência?
Durante séculos, a Filosofia ofereceu duas respostas a essas perguntas. A primeira ficou conhecida como inatismo e a segunda, como empirismo.
O inatismo afirma que ao nascermos trazemos em nossa inteligência não só os princípios racionais mas também algumas idéias verdadeiras, que, por isso, são idéias inatas. O empirismo, ao contrário, afirma que a razão, com seus princípios, seus procedimentos e suas idéias, é adquirida por nós pela experiência. Em grego, experiência se diz empeiria, donde, empirismo, conhecimento empírico, isto é, conhecimento adquirido por meio da experiência.
Do lado do inatismo, o problema pode ser formulado da seguinte maneira: visto que são inatos, os princípios e as idéias da razão são verdades intemporais que nenhuma experiência nova poderá modificar. Ora, a história (social, política, científica e filosófica) mostra que idéias tidas como verdadeiras e universais não possuíam esta validade e foram substituídas por outras. Mas, por definição, uma idéia inata é sempre verdadeira e não pode ser substituída por outra. Se for substituída, então não era uma idéia verdadeira e, não sendo uma idéia verdadeira, não era inata.
Do lado do empirismo, o problema pode ser formulado da seguinte maneira: a racionalidade ocidental só foi possível porque a filosofia e as ciências demonstraram que a razão é capaz de alcançar a universalidade e a necessidade que governam a própria realidade, isto é, as leis racionais que governam a natureza, a sociedade, a moral, a política.
Ora, a marca própria da experiência é a de ser sempre individual, particular e subjetiva. Se o conhecimento racional for apenas a generalização e a repetição para todos os seres humanos de seus estados psicológicos, derivados de suas experiências, então o que chamamos de filosofia, de ciência, de ética, etc. são nomes gerais para hábitos psíquicos, e não um conhecimento racional verdadeiro de toda a realidade, tanto a realidade natural quanto a humana.
Problemas dessa natureza, frequentes na história da Filosofia, suscitam, periodicamente, o aparecimento de uma corrente filosófica conhecida como ceticismo, para o qual a razão humana é incapaz de reconhecer a realidade e por isso deve renunciar à verdade. O cético sempre manifesta explicitamente dúvidas toda vez que a razão tenha pretensão ao conhecimento verdadeiro do real.

CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2006. p. 69-74

FILOSOFIA - CONHECIMENTO

CONHECIMENTO
Desde seus primórdios, a Filosofia se ocupou do problema do conhecimento. Os primeiros filósofos na Grécia que questionaram sobre o mundo (cosmos), sobre o homem, a natureza e etc., tentaram encontrar a verdade em um princípio único (arché) que abarcasse toda a realidade, isto é, sobre o Ser.
Confiantes de que somos seres capazes de conhecer o universo e sua estrutura, os gregos se perguntavam como era possível o erro, a falsidade e a ilusão, já que não era possível falar sobre o Não Ser e sim somente sobre o Ser. Foi preciso, pois, estabelecer a diferenciação entre o mero opinar e o conhecer verdadeiro, entre o que percebemos pelos sentidos e aquilo que compreendemos pelo pensamento, raciocínio ou reflexão, estabelecendo, assim, graus de conhecimento e até mesmo uma hierarquia entre eles. Isso porque o conhecimento não era entendido como a mera apreensão particular de objetos (pois isso seria conhecimento de algo), mas pretendido como o modo universal de apreensão (não o conhecimento de várias coisas, mas o que é realmente o conhecer).
Com o advento do cristianismo, a verdade que os homens poderiam conhecer estava sujeita à autoridade da fé revelada. Na concepção cristã, que vê o homem como um degenerado do paraíso, sua salvação depende de Deus e não da sua mera vontade e só através da fé o homem poderia compreender o mundo e a si mesmo, alcançando, assim, a verdade. O homem, tido como um duplo corpo/alma, tem acesso a duas realidades, uma temporal e finita (corpo) e a outra eterna e semelhante ao divino (alma) pela qual poder-se-ia chegar à verdade e à salvação. A fé auxilia a razão para que não sofra desvios por conta da vontade e liberdade de uma alma encerrada em um corpo.
Mas foi somente com a Modernidade que a questão do conhecimento foi devidamente sistematizada. Retomando os antigos, a Filosofia procurou não só saber quantos conhecimentos existiam nem de quantos objetos, mas questionar a sua possibilidade e condições de realização. Eis as perspectivas mais adotadas nesse período:
• Ceticismo – posição filosófica que afirma a impossibilidade do homem conhecer seja qual for o objeto, negando a verdade do saber e que tudo em que acreditamos não passa de hábitos. (Hume);
• Dogmatismo – posição que afirma ser nossa razão portadora de capacidades inatas para conhecer o mundo, capacidades estas independentes da experiência sensorial. Aqui, o sujeito do conhecimento é valorizado em detrimento da experiência sensível (Descartes, Leibniz);
• Empirismo – doutrina que nega a existência de ideias em nossa mente antes de qualquer experiência. ,Além disso, afirma que tudo que conhecemos tem origem nos dados dos sentidos. Nessa filosofia o objeto determina por suas características o conhecimento do sujeito (Hobbes, Locke);
• Criticismo – posição que visa ao mesmo tempo criticar as anteriores, porém sintetizando-as. Desenvolvida pelo filósofo alemão Immanuel Kant, visa mostrar as condições de possibilidades que um sujeito tem para conhecer um objeto. Para Kant, não podemos conhecer os objetos em si mesmos, mas somente representá-los segundo formas a priori de apreensão da nossa sensibilidade (tempo e espaço). Significa dizer que conhecemos o real não em si, mas como podemos organizá-lo e apreendê-lo segundo modelos esquemáticos próprio do nosso intelecto.
Todo esse desenvolvimento dos filósofos modernos culminou com o debate contemporâneo sobre o conhecer. Até aqui, percebe-se que o conhecimento necessitava de provas e demonstrações racionais tendo um correspondente na realidade que seguisse leis como causalidade, reversibilidade, publicidade etc. Hoje, a ciência cada dia mais especializada se preocupa não em provar uma teoria, mas refutá-la ou falseá-la, pois os critérios de cientificidade dependem da ação do homem ao construir seu mundo e não mais desvendar as leis ocultas da natureza, já que em todos os períodos da história esses critérios são elaborados segundo paradigmas vigentes que influenciam nossa visão de mundo.

FILOSOFIA (REFLEXÃO - CONHECIMENTO, RAZÃO E VERDADE)

Vamos iniciar nossas reflexões, investigações e um filosofar vivo com um texto de Fernando Pessoa, que justifica muito bem a necessidade do dialogo sempre:

“Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado um com o outro. Cada um me contou a narrativa de por que se haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Não era que um via uma coisa e outro outra, ou que um via um lado das coisas e outro um outro lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao do outro, mas cada um via uma coisa diferente, e cada um, portanto, tinha razão. Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.”

            O diálogo que leva ao filosofar e à partilha de pensamentos e reflexões precisa questionar que tipo de atitude estamos realizando quando conversamos.

   Com / Versar = Com, próximo de outro, num mesmo nivel + versar, dizer a palavra, expressar

Vamos pensar como entendemos e praticamos o diálogo? É como:
-   Competição ou cooperação?
-  Arena ou ágora?
-  Patriarcal ou matriarcal?
-   Totalitário ou democrático?
- Pirâmide ou rede?
-   Negação ou aceitação do outro?
-   Esperteza ou competência?
-   Utilitário ou convenção?
-   Linear ou complexo?
-    Discussão ou debate?

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Filme - Tempos Modernos

  • TEMPOS MODERNOS (Modem Times, EUA, 1936). Direção: Charles Chaplin. Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard. 88 min.
    Obra-prima do cinema mudo, ambientada durante a Depressão de 1929. Chaplin, através de seu personagem Carlitos, procura denunciar o caráter desumano do trabalho industrial mecanizado, da tecnologia e da marginalização de setores da sociedade.


  • Atividade
    Após assistir ao filme, fazer resumo (mínimo 20 linhas), observando alguns tópicos como:
    - Ameaças impostas pela vida moderna as quais o personagem de Chaplin fica exposto.
    - Como é retratada a classe trabalhadora no filme (relação patrão x empregado)
    - Qual sistema de trabalho é caracterizado e criticado no filme.
    - Sua opinião sobre o filme.

    quarta-feira, 24 de agosto de 2011

    MAIS VALIA

    Chama-se mais-valia o valor que o operário cria além do valor de sua força de trabalho, e que é apropriado pelos capitalistas; Com a descrição da mais-valia, Marx configura o caráter de exploração do sistema capitalista. De imediato o operário não é capaz de reverter o quadro porque se encontra alienado.

    TRABALHO E SOCIEDADE

    TRABALHO E SOCIEDADE

    "Um homem é um sucesso se pula da cama de manhã, vai dormir à noite e, nesse meio tempo, faz o que gosta”.
    Bob Dylan

    --> Pra que existe o trabalho?

    O trabalho existe para satisfazer as mais diversas necessidades humanas, das mais simples (comida, abrigo) às mais complexas (lazer, crença); enfim, necessidades físicas e espirituais.

    A História mostra que o trabalho é visto de formas diferentes e valorizado de acordo com a relação que cada sociedade estabelece com esta atividade.

    --> O trabalho nas diferentes sociedades

    Sociedade greco-romana: A escravidão era fundamental para manter os cidadãos comuns longe do trabalho braçal, discutindo os assuntos que proporcionariam o bem-estar de seus semelhantes;

    Sociedade feudal: Quem de fato trabalhavam eram os servos, os aldeões e os camponeses livres. Os senhores feudais e o clero exploravam e viviam do trabalho destes primeiros.

    Sociedades tribais: Nas sociedades tribais o trabalho é uma atividade vinculada às outras, bem diferente das outras sociedades. A produção (trabalho) está vinculada a mitos e ritos, ligada ao parentesco, às festas, às artes, enfim a toda a vida do grupo.

    -->O trabalho na sociedade capitalista

    O capitalismo se constituiu a partir da decadência do Feudalismo na Europa Ocidental. Com ele o trabalho se transforma em uma mercadoria que pode ser comprada e vendida – a força do trabalho.

    Weber - Relacionou o Capitalismo ao Protestantismo. A Reforma Protestante deu ao trabalho a condição de se obter êxito material como expressão de bênção divina, ao contrário da igreja cristã do sistema feudal;

    Marx - Quando os trabalhadores percebem que estão trabalhando demais e recebendo de menos, os conflitos começam a ocorrer. Procurou demonstrar os conflitos entre trabalhadores e capitalistas, cujo lucro se dava através da “mais-valia”, diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador. Seria a base da exploração no sistema capitalista;

    Durkheim - A divisão do trabalho seria uma forma de solidariedade e não um fator de conflito. A solidariedade orgânica une os indivíduos em funções sociais nas quais cada pessoa depende da outra. Assim, a ebulição pela qual passava a sociedade era uma questão moral, pois faltavam normas e instituições para integrar a sociedade.

    --> Transformações no mundo do trabalho

    Fordismo - No início do século XX, a partir do desenvolvimento das fábricas, surgem as linhas de montagem, com a divisão do trabalho mais aperfeiçoada e detalhada.

    Taylorismo - Propõem a organização do trabalho de forma científica, racionalizando a produção. Surge na indústria o planejamento ajustado para controlar a execução das tarefas e os especialistas em administração. Os trabalhadores eram recompensados ou punidos de acordo com a sua produtividade na indústria.

    Pós-fordismo ou acumulação flexível - A partir dos anos de 1970. Flexibilização dos processos de produção (automação); flexibilização dos mercados de trabalho (subemprego); flexibilização dos produtos e dos padrões de consumo – a durabilidade dos produtos é pequena e a mídia estimula a troca

    terça-feira, 23 de agosto de 2011

    Indivíduo, Identidade e Socialização

    A Sociologia trata o indivíduo como um produto social. Mas como explicar a ideia de individualidade?

    Oriente e sociedades indígenas: Os indivíduos são elementos indissociáveis da sociedade;

    Europa: A consolidação do capitalismo reforçou a ideia de que os indivíduos são autônomos;

    DURKHEIM (1858-1917) – A sociedade prevalece sobre o indivíduo!
    --> Fatos Sociais: Regras coletivas que orientam a vida dos indivíduos em sociedade.

    Exteriores: Padrões de comportamento criados pela coletividade;
    Coercitivos: Os padrões de comportamento devem ser seguidos pelos membros da sociedade, com punição em caso de desobediência;
    Gerais: Comum a todos do grupo;

    WEBER (1864-1920) – Sociedade como um conjunto de ações individuais!
    --> Ação Social: Só existe quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, com base em suas ações, com os demais!

    São quatro os tipos de ação social:

    Tradicional – Determinada pelo costume;
    Afetiva – Determinada pela emoção;
    Racional (com relação a valores) – Orientada pela crença em um valor importante
    Racional (com relação a fins) – Determinada pela finalidade; para obter o resultado necessário;

    MARX (1818-1883) – A relação entre indivíduos e sociedade só podem ser estudadas em conjunto com as condições matérias (materialismo histórico)!
    Os homens estabelecem relações sociais entre si para utilizarem os meios de produção e transformarem a natureza;

    --> Luta de Classes: Motor da História!

    Capitalistas: Detentores dos meios de produção;
    Proletariado: Detentores de sua força de trabalho;


    1- De que se ocupam as Ciências Sociais? Pesquisam e estudam o comportamento social humano e suas várias formas de organização.

    2- O que é Ciência? Podemos dizer que a Ciência é uma forma de conhecimento, sendo que conhecer é o ato de explicar (atribuir significado) ou organizar logicamente (razão) um fato, um objeto, uma atuação e etc.

    3- Método usado pelas Ciências Sociais: Investigação científica.

    4- O objeto das Ciências Sociais é o ser humano em suas relações sociais. Seu objetivo, ampliar o conhecimento sobre o ser humano em suas interações sociais.

    5- Divisão das Ciências Sociais: Sociologia -relações sociais; Antropologia -culturas humanas; Política -distribuição de poder; economia – relações econômicas.

    6- Origem da Sociologia: A Sociologia estuda a formação da Sociedade Moderna. Esta ciência começou a surgir a partir do século XV, por causa das transformações que acabaram por trocar o feudalismo pelo capitalismo.

    Conceitos Básicos de Sociologia

    Contatos sociais

    O contato social é a base da vida social. É importantíssimo para que haja a interação entre os indivíduos. A forma pela qual as pessoas se relacionam pode ser dividida em dois grupos: primário e secundário.
    Primários - Contatos pessoais diretos. Forte base emocional. Os relacionamentos são íntimos e duradouros, envolvendo toda a personalidade. São exemplos de grupos sociais primários: círculo de amigos íntimos, família, pequenas comunidades.
    Secundários - São os contatos impessoais, formais, decorrem apenas dos interesses utilitários do momento. São exemplos de grupos sociais secundários: sociedades urbanas, negociação de pessoas em lojas e bancos.
    Contexto Industrialização / urbanização predomina contatos secundários. Proximidade física não significa necessariamente proximidade afetiva.

    Isolamento social
    Caracterizado pela ausência dos contatos sociais (atitudes de ordem social e atitudes de ordem individual ).
    O isolamento é uma anomalia na vida social.Ninguém é feliz sozinho, porque o ser humano é um ser social e necessita da proteção do seu grupo. Sentir-se bem ou mal na vida, depende, em grande parte, da capacidade de convivência com as pessoas que nos rodeiam. O ser humano isolado de seus semelhantes, é incapaz de desenvolver suas potencialidades intelectuais e torna-se selvagem como um animal.

    Interação social
    O simples contato não é suficiente para que haja interação social. É preciso que haja mudança do comportamento dos indivíduos envolvidos como resultado do contato e da comunicação que se estabelece.
    A interação social pode assumir formas diferentes, chamadas relações sociais, as quais vão se ampliando a partir da infância: membros da família, companheiros de rua, colegas de escola, professores, colegas de trabalho.
    As relações sociais podem assumir vários níveis e ser classificadas em:
    Superficiais: contato limitado com outra pessoa, por meio de um olhar, um sinal, uma simples troca de informação.
    Humanas: solidariedade entre os indivíduos, para que haja preservação da vida e da dignidade humana.
    Afetivas: requer conhecimento mútuo entre os indivíduos, um relacionamento prazeroso, no plano da amizade.
    Profundas: relacionamentos mais profundos quanto aos sentimentos.

    Processos Sociais
    Diversas maneiras pelas quais os indivíduos e os grupos atuam uns com os outros. A forma como os indivíduos se relacionam e estabelecem relações sociais.
    Processos sociais - são diferentes formas de interação. Interação é processo social geral.
    Ação entre dois ou mais agentes contribuindo para aproximá-los ou afastá-los.
    * Cooperação
    Não pode haver sistema social sem um mínimo de cooperação. Muitas vezes não há clareza dos processos sociais cooperativos.
    É a forma de interação na qual diferentes pessoas, grupos ou comunidades trabalham juntos para um mesmo fim.
    Cooperação Þ consenso a respeito de metas culturalmente legítimas, valores, crenças e normas coletivas.
    Cooperação nem sempre o consenso está presente. Pode resultar da existência de interesses e objetivos diferentes, mas complementares. Ex: classes sociais
    “Cooperação existe quando a troca resulta satisfatória para ambas as partes”
    * Acomodação
    È o processo social em que o indivíduo, grupos ou categorias em interação não compartilham metas, crenças, atitudes e padrões de comportamento, mas convivem pacificamente. Para evitar o conflito as categorias sociais minoritárias simulam um comportamento que não corresponde ao seu acervo sociocultural.
    Não há uma transformação de pensamento, sentimentos e atitudes. Mudanças são exteriores, manifestam apenas enquanto comportamento social.
    Ajustamento de indivíduos ou grupos apenas nos aspectos externos do seu comportamento.
    * Assimilação
    É o processo através do qual indivíduos, grupos ou categorias de culturas diferentes permutam os seus respectivos acervos/bagagem culturais .
    EX: Miscigenação. Conversão
    Implica transformações internas nos indivíduos. Envolvem mudanças na maneira de pensar, de sentir e agir.
    * Competição
    Ocorre quando vários indivíduos buscam alcançar um objetivo que pode ser alcançado por todos ou pela sua maioria. A competição muitas vezes leva a desunião de pessoas que se relacionam entre si, acarretando conflitos e desestímulos. Muitas vezes, a competição torna-se luta pela sobrevivência, como adquirir alimentos, abrigo, emprego. Em uma competição, o objetivo maior é tentar superar os adversários.
    * Conflito
    Geralmente ocorre quando indivíduos, grupos ou categorias sociais tem interesse ou objetivos incompatíveis entre si.
    Inibição do conflito
    Þ dominação das categorias detentoras de maior participação no processo de distribuição social da riqueza e do poder
    Þ nível suficiente de satisfação no processo de troca entre categorias sociais com interesses distintos
    Tipos de conflitos: étnicos, terra, religiosos, políticos.

    Competiçao
    Conflito
    forma de luta pela sobrevivência,
    forma de rivalidade
    pacifica, inconsciente, impessoal
    disputa, guerra, violência
    consciente, pessoal


    Socialização
    Processo pelo qual o individuo assimila os valores, normas e as expectativas sociais de uma sociedade ou grupo.
    Responsável por desenvolver nos membros de uma sociedade, gostos, idéias, e sentimentos correspondentes a cultura do grupo social no qual esses indivíduos vão viver
    Grupos
    Conjunto de indivíduos que agem de maneira coordenada, auto-referida ou recíproca.
    Condições necessárias Þ contato contínuo, objetivos e interesses comuns.
    Condições suficientes Þ estabilidade nas relações interpessoais e sentimentos partilhados de pertencer a uma mesma unidade social.
    Agregados
    São unidades sociais cuja existência depende da proximidade física entre os seus componentes individuais.. Desfeita a proximidade física o agregado já não existe . Ex: auditório, manifestação pública, o agregado residencial, a turba.
    Categorias
    São constituídas por indivíduos que possuam uma ou mais características comuns, porém separadas fisicamente.
    Ex: categoria religiosa – filiados a religião católica no Brasil estão dispersos em todo o território brasileiro.
    Conjunto de indivíduos que pertencem a uma categoria não forma necessariamente uma coletividade autoconsciente. Características definidoras de uma categoria depende do arbítrio de quem a elabora.

    Sociologia - Teoria da Coesão Social

    "Uma vida não examinada não vale a pena ser vivida"
    Sócrates (470-399 a.c.)

    Para Émile Durkheim, em sua Teoria da Coesão Social, a Sociedade é um todo integrado.
    A vida social, estrutura e gera significados para a existência humana.
    A liga que nos une ao social é a Consciência Coletiva. E a solidariedade é a comunhão dessa Consciência Coletiva aonde partilhamos o mesmo conjunto de regras de convivência.
    O respeito e a obediência a nossa consciência coletiva é que garante um estado de ordem e "harmonia" da sociedade. Sendo assim, a sociedade impõe normas para satisfação das necessidades pelo indivíduo-Instituições de controle social. Quando isso não acontece, vemos uma sociedade sem regras claras, sem valores, sem limites, que leva o ser humano ao desespero e a insegurança nas relações sociais - sociedade em estado de Anomia.
    Observando os casos de crimes contra crianças, jovens e adolescentes divulgados pela imprensa... nos perguntamos, qual o papel da educação e seus possíveis obstáculos na construção de uma nova sociedade, aonde o indivíduo se sinta parte de um todo e mais integrado socialmente?

    Fatos sociais
    Um exemplo simples nos ajuda a entender o conceito de fato social, segundo Durkheim. Se um aluno chegasse à escola vestido com roupa de praia, certamente ficaria numa situação muito desconfortável: os colegas ririam dele, o professor lhe daria uma enorme bronca e provavelmente o diretor o mandaria de volta para pôr uma roupa adequada.
    Existe um modo de vestir que é comum, que todos seguem. Isso não é estabelecido pelo indivíduo. Quando ele entrou no grupo, já existia tal norma, e, quando ele sair, a norma provavelmente permanecerá. Quer a pessoa goste, quer não, vê-se obrigada a seguir o costume geral. Se não o seguir, sofrerá uma punição. O modo de vestir é um fato social. São fatos sociais também a língua, o sistema monetário, a religião, as leis e uma infinidade de outros fenômenos do mesmo tipo.
    Para Durkheim, os fatos sociais são o modo de pensar, sentir e agir de um grupo social. Embora os fatos sociais sejam exteriores, eles são introjetados pelo indivíduo e exercem sobre ele um poder coercitivo. Resumindo, podemos dizer que os fatos sociais têm as seguintes características:
    generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo;
    exterioridade – o fato social é externo ao indivíduo, existe independentemente de sua vontade;
    coercitividade – os indivíduos se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido.
    Em virtude dessas características, para Durkheim os fatos sociais podem ser estudados objetivamente, como “coisas”. Da mesma maneira que a Biologia e a Física estudam os fatos da natureza, a Sociologia pode fazer o mesmo com os fatos sociais.
    (Pérsio Santos de Oliveira, Introdução à Sociologia, São Paulo, Ática, 2000, p. 13.)

    Durkheim distingue três características dos fatos sociais. A primeira é a coerção social, isto é, a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se às regras da sociedade em que vivem, independentemente de sua vontade e escolha. Essa força se manifesta quando o indivíduo adota um determinado idioma, quando se submete a um determinado tipo de formação familiar ou quando está subordinado a determinado código de leis.
    O grau de coerção dos fatos sociais se torna evidente pelas sanções a que o indivíduo estará sujeito quando tenta se rebelar contra elas. As sanções podem ser legais ou espontâneas. Legais são as sanções prescritas pela sociedade, sob a forma de leis, nas quais se estabelece a infração e a penalidade subseqüente. Espontâneas seriam as que aflorariam como decorrência de uma conduta não adaptada à estrutura do grupo ou da sociedade à qual o indivíduo pertence.
    A educação desempenha, segundo Durkheim, uma importante tarefa na conformação dos indivíduos à sociedade em que vivem, a ponto de, após algum tempo, as regras estarem internalizadas e transformadas em hábitos.
    A segunda característica dos fatos sociais é que eles existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente, ou seja, são exteriores aos indivíduos. As regras sociais, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas e são a elas impostos por mecanismos de coerção social, como a educação. Portanto, os fatos sociais são, ao mesmo tempo, coercitivos e dotados de existência exterior às consciências individuais.
    A terceira característica é a generalidade. É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles. Por essa generalidade, os fatos sociais manifestam sua natureza coletiva ou um estado comum ao grupo, como as formas de habitação, de comunicação, os sentimentos e a moral.

     
    Atividade
    1) O que é fato social?
    2) O que é coerção social?
    3) Qual o significado de anomia?
    4) O aprendizado é uma das formas que o homem desenvolveu para transmitir a cultura de uma geração à outra. Faça um relato baseado em sua experiência pessoal que ilustre essa afirmação?
    5) O que você entende pela frase: ”O que caracteriza o homem é a riqueza e sutileza, a variedade e a versatilidade de sua natureza”, de Ernest Cassirer?
    6) Afirmamos que, apesar de o comportamento humano tender à ritualização e à padronização, existe sempre a possibilidade de mudança. Você concorda com essa afirmação? Argumente?

    domingo, 21 de agosto de 2011

    Sociologia - Socialização

    Socialização


    A socialização é um tipo específico de interação - que molda a natureza da personalidade humana e, por sua vez , o comportamento humano, a interação e a participação na sociedade. Sem socialização, nem os homens sem a sociedade seriam possíveis.
    São facilmente perceptíveis as diferenças de costumes que existem de uma sociedade para outra. Os primeiros pensadores sociais apontaram, com certa razão, que estes costumes são diferentes em parte por causa da própria diferença entre os meios físicos em que se encontram as sociedades: em um ambiente de clima frio, as pessoas usarão mais roupas e provavelmente ficarão menos tempo fora de suas casas; em um local com alimentos abundantes elas poderão trabalhar menos e não terão de competir por comida. Mas como explicar, através desta idéia de determinismo físico, que em certos lugares a manipulação da comida seja feita com dois pauzinhos, em outros com diversos talheres e ainda em outros com as próprias mãos? Estas diferenças são resultados não da adaptação da sociedade ao meio, mas da adequação dos indivíduos à vida em sociedade. É a este processo de integração de cada pessoa aos costumes preexistentes que damos o nome da socialização.
    De maneira mais completa, define-se socialização como a internalização de idéias e valores estabelecidos coletivamente e a assimilação de papéis e de comportamentos socialmente desejáveis. Significa, portanto, a incorporação de cada homem a uma identidade maior que a individual: no caso, a incorporação do homem à sociedade. É importante associar de maneira correta a socialização à cultura: esta se encontra profundamente ligada à estrutura social, enquanto que a socialização pode ser resumida à transmissão de padrões culturais.
    O processo de socialização por excelência é a educação. Mas não somente aquela que adquirimos na escola, a denominada educação formal que consiste, entre outros conhecimentos, no aprendizado da língua e da história do próprio povo. Há uma outra educação, que aprendemos apenas no próprio convívio com as outras pessoas e que corresponde ao modo como devemos agir em momentos-chave da nossa vida. É a socialização através da família, dos amigos e até mesmo de desconhecidos. As famílias ensinam, a título de exemplo, quais das suas necessidades devem ser atendidas pelo pai e quais devem ser atendidas pela mãe. Com os amigos aprendemos os princípios da solidariedade e a importância da prática de esportes. Com desconhecidos podemos aprender a aguardar a nossa vez em fila, sem atropelos, e a não falar alto em locais como o teatro ou a sala de aula. Outro exemplo claro é o caso de um homem que muda de país e que tem de aprender o idioma e as normas da nova sociedade em que se encontra, isto é, os padrões segundo os quais seus membros se relacionam. Vista dessa maneira, a socialização pode ser interpretada como condicionadora das atitudes e, portanto, como uma expressão da coerção social. Mas a socialização, justamente por se realizar de maneira difusa e fragmentada por diferentes processos, deixa alguns espaços de ação livres para a iniciativa individual espontânea, como a escolha dos amigos, do local onde deseja-se morar ou da atividade que se quer exercer.
    Se existem diferentes processos de socialização, tanto entre sociedades quanto dentro de uma mesma, é possível atribuir a eles limites e graduações. A socialização na esfera econômica induz ao trabalho, mas não a que tipo de trabalho. Aprende-se a respeitar os mais velhos, mas nada impede a repreensão de um setuagenário que solte baforadas de charuto em alguém. Há a possibilidade de identificarmos indivíduos mais ou menos socializados, isto é, mais ou menos integrados aos padrões sociais. Uma pessoa pode ser um ótimo arquiteto, ao mesmo tempo em que é alcoólatra. Uma pessoa pouco socializada não absorveu completamente os princípios que regem a sociedade, causando freqüentemente transtornos aos que estão à sua volta.


    Bibliografia
    • BRUGGER, W. Dicionário de filosofia. São Paulo: EPU, 1977
    • BOTTOMORE T. B. . Introdução à sociologia. 5ª ed. Rio de Janeiro. Zahar; Brasília, INL, 1973 ( Biblioteca de Ciências Sociais)
    • GALLIANO. Introdução à sociologia. São Paulo: Harbra, 1986.
    • SOUZA, S.M.R. Um outro olhar. São Paulo: FTD, 1995.
    • TURNER. Jonathan H. Sociologia: conceitos e aplicações. São Paulo: Makron Books, 1999.


    Mudanças não ocorrem amanhã. Acontecem agora, no momento em que nos damos conta de nossa capacidade. A cada momento você toma decisões que vão mudar sua vida. São essas pequenas decisões que definem como ela será. (R. SHINYASHIKI)
    Atividade1) Faça uma análise retrospectiva sobre seu processo de socialização e destaque as características que tiveram: a) sua família; b) a escola; c) seus amigos
    2) A que aspecto da socialização você foi mais resistente?
    3) A socialização é um processo que dura a vida toda. Como você acha que isso vai refletir na sua vida?
    4) Na sua opinião, que aspectos da socialização você considera que a sociedade brasileira exerce com pouca eficiência?

    Atividade - Trabalho e Sociedade

    BRASIL - terra que trabalha
    A população brasileira é de 144 427 600
    Menos os aposentados 22 236 521
    Sobram 122 191 079
    Menos os estudantes e as crianças 74 121 738
    Sobram 48 069 341
    menos os funcionários públicos 16 306 782
    Sobram 31 762 559
    Menos os líderes sindicais 1 482 434
    Sobram 30 280 125
    menos os marajás 4 756 201
    Sobram 25 523 924
    Menos os que foram para Portugal 3 295 231
    Sobram 22 228 693
    Menos os jogadores de futebol que foram para Itália 3 491
    Sobram 22 225 202
    Menos os que foram presos que deveriam estar soltos 11 936
    Sobram 22 213 266
    Menos os soltos que deveriam estar presos 5 352 091
    Sobram 16 861 176
    Menos os presos que deveriam continuar presos 7 584 212
    Sobram 9 276 963
    Menos os que não trabalham 2 018 597
    Sobram 7 258 366
    Menos os políticos 2 324 714
    Sobram 4 933 652
    Menos os parentes dos políticos 2 521 001
    Sobram 2 412 651
    Menos os amigos dos parentes dos políticos 2 412 649
    Sobraram para trabalhar 2
    VOCÊ E EU

    E, francamente, vê se me dá uma mão, porque eu já estou cansado de levar esse país nas costas!!
    ( texto anônimo retirado de um pôster )

    Responda:
    1. Procure verificar nesse texto quantos preconceitos existem em relação a quem trabalha e quem não trabalha.
    2. Faça uma relação das pessoas que ocupam cargos que você considera ociosos no Brasil.
    3. O que você pensa sobre as seguintes frases: " O trabalho dignifica o homem" e "Quem trabalha não tem tempo para ganhar dinheiro"?

    Fonte: Iniciação à Sociologia - Nelson Dacio Tomazi

    Sociologia e formação pessoal

    A importância do estudo da sociologia

    Celina Fernandes Gonçalves Bruniera*
    Em que medida a sociologia pode contribuir para a sua formação pessoal? Muitos diriam que essa ciência social, num currículo de ensino médio, tem a função de formar o "cidadão crítico". Mas essa justificativa - até porque a idéia de formar o cidadão crítico anda meio banalizada -, não é suficiente.

    Pensar sobre esse tema significa uma oportunidade ímpar para se aproximar da sociologia como campo de saber e compreender algo de suas preocupações.

    Vale a pena inserir nesse contexto o papel mais fundamental que o pensamento sociológico realiza na formação do jovem: a desnaturalização das concepções ou explicações dos fenômenos sociais.

    Razões objetivas e humanas

    Desnaturalizar os fenômenos sociais significa não perder de vista a sua historicidade. É considerar que eles nem sempre foram assim. É perceber que certas mudanças ou descontinuidades históricas são fruto de decisões. Estas revelam interesses e, portanto, são fruto de razões objetivas e humanas.

    A desnaturalização dos fenômenos sociais também depende de nos distanciarmos daquilo que nos rodeia e de que participamos, para focalizar as relações sociais sem estarmos envolvidos. Significa considerar que os fenômenos sociais não são imediatamente conhecidos.

    Reconhecendo as causas

    Para explicar um fenômeno social é preciso procurar as causas que estão além do sujeito, isto é, buscar as causas externas a ele, mas que têm implicações decisivas sobre ele.

    Essas causas devem apresentar certa regularidade, periodicidade e um papel específico em relação ao todo social.

    Aprender a observar

    Uma aproximação em relação à sociologia, mesmo no ensino médio, exige que o aluno aprenda procedimentos mais rigorosos de observação das relações sociais. E, ainda, que saiba, pelo menos em alguma medida, como o conhecimento é elaborado nas ciências sociais.

    Para compreender e formular explicações para os fenômenos sociais é preciso ter conhecimento da linguagem por meio da qual esse conhecimento é criado e comunicado.

    Para trabalhar um tema

    Os fenômenos sociais são conhecidos por meio de modelos compreensivos, ou explicativos, e mediante a contextualização desses modelos, com destaque para a época em que eles foram elaborados e para os autores com os quais um determinado autor dialoga.

    Assim, trabalhar um tema (como violência, mundo do trabalho etc.) só é possível por meio de conceitos e teorias. É importante, também, que você conheça a articulação entre os conceitos e as teorias e saiba observar sua relevância para compreender ou explicar casos concretos (temas).

    Vale lembrar também que os conceitos têm uma história e que não são palavras mágicas que explicam tudo, mas elementos do discurso científico que sintetiza as ações sociais para tentar explicá-las. E, ainda, é bom ter em mente que um conceito admite vários sentidos, dependendo do autor e da época em que ele é elaborado.

    Teorias servem de base

    Da mesma forma, é preciso compreender as teorias no contexto de seu aparecimento e posterior desenvolvimento. Isso é necessário tanto do ponto de vista de como essas teorias foram sendo assimiladas e desenvolvidas por outros autores, como em relação ao caráter das críticas feitas a elas.

    Conhecer conceitos e teorias com o rigor necessário a um aluno do ensino médio consiste na única maneira possível de se distanciar e se aproximar dos fenômenos sociais e, assim, construir os fundamentos para a formação crítica.

    *Celina Fernandes Gonçalves Bruniera é mestre em sociologia da educação pela Universidade de São Paulo e assessora educacional.

    Conhecimento do Senso Comum e Conhecimento Científico

    TEXTO - SENSO COMUM E CONHECIMENTO CIENTÍFICO


    SENSO COMUM
    No seu dia-a-dia, o homem adquire espontaneamente um modo de entender e atuar sobre a realidade. Algumas pessoas, por exemplo, não passam por baixo de escadas, porque acreditam que dá azar; se quebrarem um espelho, sete anos de azar. Algumas confeiteiras sabem que o forno não pode ser aberto enquanto o bolo está assando, senão ele "embatuma", sabem também que a determinados pratos, feitos em banho-maria, devem-se acrescentar umas gotas de vinagre ou de limão para que a vasilha de alumínio não fique escura. Como aprenderam estas informações? Elas foram sendo passadas de geração a geração. Elas não só foram assimiladas mas também transformadas, contribuindo assim para a compreensão da realidade. Assim, se o conhecimento é produto de uma prática que se faz social e historicamente, todas as explicações para a vida, para as regras de comportamento social, para o trabalho, para os fenômenos da natureza, etc., passam a fazer parte das explicações para tudo o que observamos e experienciamos. Todos estes elementos são assimilados ou transformados de forma espontânea. Por isso, raramente há questionamentos sobre outras possibilidades de explicações para a realidade. Acostumamo-nos a uma determinada compreensão de mundo e não mais questionamos; tornamo-nos "conformistas de algum conformismo". São inúmeros os exemplos presentes na vida social, construídos pelo "ouvi dizer", que formam uma visão de mundo fragmentada e assistemática. Mesmo assim, é uma forma usada pelo homem para tentar resolver seus problemas da vida cotidiana. Isso tudo é denominado de senso comum ou conhecimento espontâneo. Portanto, podemos dizer que o senso comum é o conhecimento acumulado pelos homens, de forma empírica, porque se baseia apenas na experiência cotidiana, sem se preocupar com o rigor que a experiência científica exige e sem questionar os problemas colocados justamente pelo cotidiano. Portanto, é também um saber ingênuo uma vez que não possui uma postura crítica. "Em geral, as pessoas percebem que existe uma diferença entre o conhecimento do homem do povo, às vezes até cheio de experiências, mas que não estudou, e o conhecimento daquele que estudou determinado assunto. E a diferença é que o conhecimento do homem do povo foi adquirido espontaneamente, sem muita preocupação com método, com crítica ou com sistematização. Ao passo que o conhecimento daquele que estudou algo foi obtido com esforço, usando-se um método, uma crítica mais pensada e uma organização mais elaborada dos conhecimentos."(LARA, p 56, 1983). Porém, é importante destacar que o senso comum é uma forma válida de conhecimento, pois o homem precisa dele para encaminhar, resolver ou superar suas necessidades do dia-a-dia. Os pais, por exemplo, educam seus filhos mesmo não sendo psicólogos ou pedagogos, e nem sempre os filhos de pedagogos ou psicólogos são melhor educados. O senso comum é ainda subjetivo ao permitir a expressão de sentimentos, opiniões e de valores pessoais quando observamos as coisas à nossa volta. Por exemplo: a) se uma determinada pessoa não nos agrada, mesmo que ela tenha um grande valor profissional, torna-se difícil reconhecer este valor. Neste caso, a antipatia por esta determinada pessoa nos impede de reconhecer a sua capacidade;b) os hindus consideram a vaca um animal sagrado, enquanto nós, ocidentais, concebemos este animal apenas como um fornecedor de carne, leite, etc. Por essa razão os consideramos ignorantes e ridículos, pois tendemos a julgar os povos, que possuem uma cultura diferente da nossa, a partir do nosso entendimento valorativo.Levando-se em conta a reflexão feita até aqui, podemos considerar o senso comum como sendo uma visão de mundo precária e fragmentada. Mesmo possuindo o seu valor enquanto processo de construção do conhecimento, ele deve ser superado por um conhecimento que o incorpore, que se estenda a uma concepção crítica e coerente4 e que possibilite, até mesmo, o acesso a um saber mais elaborado, como as ciências sociais.

    CONHECIMENTO CIENTÍFICO
    Os Gregos, na antigüidade, buscavam através do uso da razão, a superação do mito ou do saber comum. O avanço na produção do conhecimento, conseguido por esses pensadores, foi estabelecer vínculo entre ciência e pensamento sistematizado (filosofia, sociologia...), que perdurou até o início da Idade Moderna. A partir daí, as relações dos homens tornaram-se mais complexas bem como toda a forma de produzir a sua sobrevivência. Gradativamente, houve um avanço técnico e científico, como a utilização da pólvora, a invenção da imprensa, a Física de Newton, a Astronomia de Galileu, etc. Foi no início do século XVII, quando o mundo europeu passava por profundas transformações, que o homem se tornou o centro da natureza (antropocentrismo). Acompanhando o movimento histórico, ele mudou toda a estrutura do pensamento e rompeu com as concepções de Aristóteles, ainda vigentes e defendidas pela Igreja, segundo as quais tudo era hierarquizado e imóvel, desde as instituições e até mesmo o planeta Terra. O homem passou, então, a ver a natureza como objeto de sua ação e de seu conhecimento, podendo nela interferir. Portanto, podia formular hipóteses e experimentá-las para verificar a sua veracidade, superando assim as explicações metafísicas e teológicas que até então predominavam. O mundo imóvel foi substituído por um universo aberto e infinito, ligado a uma unidade de leis. Era o nascimento da ciência enquanto um objeto específico de investigação, com um método próprio para o controle da produção do conhecimento.Portanto, podemos afirmar que o conhecimento científico é uma conquista recente da humanidade, pois tem apenas trezentos anos. Ele transformou-se numa prática constante, procurando afastar crenças supersticiosas e ignorância, através de métodos rigorosos, para produzir um conhecimento sistemático, preciso e objetivo que garanta prever acontecimento e agir de forma mais segura. Sendo assim, o que diferencia o senso comum do conhecimento científico é o rigor. Enquanto o senso comum é acrítico, fragmentado, preso a preconceitos e a tradições conservadoras, a ciência preocupa-se com as pesquisas sistemáticas que produzam teorias que revelem a verdade sobre a realidade, uma vez que a ciência produz o conhecimento a partir da razão. Desta forma, o cientista, para realizar uma pesquisa e torná-la científica, deve seguir determinados passos. Em primeiro lugar, o pesquisador deve estar motivado a resolver uma determinada situação-problema que, normalmente, é seguida , por algumas hipóteses. Usando sua criatividade, o pesquisador deve observar os fatos, coletar dados e então testar suas hipóteses, que poderão se transformar em leis e, posteriormente, ser incorporadas às teorias que possam explicar e prever os fenômenos. Porém, é fundamental registrar que a ciência não é somente acumulação de verdades prontas e acabadas. Neste caso, estaríamos refletindo sobre cientificismo e não ciência, mas tê-la como um campo sempre aberto às novas concepções e contestações sem perder de vista os dados, o rigor e a coerência e aceitando, que, o que prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada.

    O CONHECIMENTO CIENTÍFICO PARA AUGUSTE COMTE
    Para Comte, o conhecimento científico é baseado na observação dos fatos e nas relações entre fatos que são estabelecidas pelo raciocínio. Estas relações excluem tentativas de descobrir a origem, ou uma causa subjacente aos fenômenos, e são, na verdade, a descrição das leis que os regem. Comte afirma: "Nossas pesquisas positivas devem essencialmente reduzir-se, em todos os gêneros, à apreciação sistemática daquilo que é, renunciando a descobrir sua primeira origem e seu destino final". O conhecimento científico positivo, que estabelece as leis que regem os fenômenos de forma a refletir o modo como tais leis operam na natureza, tem, para Comte, ainda, duas características: é um conhecimento sempre certo, não se admitindo conjecturas, e é um conhecimento que sempre tem algum grau de precisão. Assim, Comte reforça a noção de que o conhecimento científico é um conhecimento que não admite dúvidas e indeterminações e desvincula-o de todo conhecimento especulativo. "Se, conforme a explicação precedente, as diversas ciências devem necessariamente apresentar uma precisão muito desigual, não resulta daí, de modo algum, sua certeza. Cada uma pode oferecer resultados tão certos como qualquer outra, desde que saiba encerrar suas conclusões no grau de precisão que os fenômenos correspondentes comportam, condição nem sempre fácil de cumprir. Numa ciência qualquer, tudo o que é simplesmente conjectural é apenas mais ou menos provável, não está aí seu domínio essencial; tudo o que é positivo. isto é, fundado em fatos bem constatados, é certo - não há distinção a esse respeito".

    CIÊNCIA E VIDA
    O termo ciência vem do latim, scientia, de sciens, conhecimento, sabedoria. É um corpo de doutrina, organizado metodicamente que constitui uma área do saber e é relativo a determinado objeto. O que caracteriza cada ciência é seu objeto formal, ou seja, a coisa observada, porém, o desdobramento dos objetos do saber científico caminhou progressivamente para a especialização das ciências (ato que marcou sobremaneira o século XIX com o advento da técnica e da industrialização). Isto culminaria na perda da visão totalitária do se4r e na sua conseqüente fragmentação. O saber científico necessita de objetividade, na busca da verdade, e também deve possuir método próprio, responsável pelo cumprimento de um plano para a observação e a verificação de qualquer matéria. Entretanto, esse caráter objetivo da ciência, que corresponde aos dados e variáveis coletados, traz consigo uma gama irrestrita de pensamentos, teorias e paradigmas que nos remete para a reflexão bioantropológica do conhecimento, bem como para a reflexão das teorias nos aspectos culturais, sociais e históricos. Não se pode perder de vista que o cientista que investiga as ciências é um ser humano falível e é preciso que as ciências se questionem acerca de suas estruturas ideológicas. Nesse contexto, a questão "O que é ciência?" ainda não conta com uma resposta científica, considerando que todas as ciências, incluindo as físicas e biológicas, são também sociais. Portanto, têm origem, enraizamento e componente biofísico, o que seu campo de estudo procura renegar, na tentativa de expressar, através de sua especialização, a estrutura do pensamento linear do conhecimento científico. Ou seja, a ciência, com suas teorias e metodologias "salvadoras", não dispõe da habilidade de refletir-se para o autoconhecimento. Dessa forma, não é científico tentar definir as fronteiras da ciência. Não é científico, porque não é seguro, e qualquer pretensão em fazê-lo tornar-se-ia irresponsável.

    Fonte: PALESTRA - RENATO RODRIGUES disponível em: http://www.sle.br/