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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

FILOSOFIA - A RAZÃO

RAZÃO INATA OU ADQUIRIRDA
Inatismo ou empirismo?
De onde vieram os princípios racionais? De onde veio a capacidade para a intuição e para o raciocínio? Nascemos com eles? Ou nos seriam dados pela educação e pelo costume? Seriam algo próprio dos seres humanos, constituindo a natureza deles, ou seriam adquiridos pela experiência?
Durante séculos, a Filosofia ofereceu duas respostas a essas perguntas. A primeira ficou conhecida como inatismo e a segunda, como empirismo.
O inatismo afirma que ao nascermos trazemos em nossa inteligência não só os princípios racionais mas também algumas idéias verdadeiras, que, por isso, são idéias inatas. O empirismo, ao contrário, afirma que a razão, com seus princípios, seus procedimentos e suas idéias, é adquirida por nós pela experiência. Em grego, experiência se diz empeiria, donde, empirismo, conhecimento empírico, isto é, conhecimento adquirido por meio da experiência.
Do lado do inatismo, o problema pode ser formulado da seguinte maneira: visto que são inatos, os princípios e as idéias da razão são verdades intemporais que nenhuma experiência nova poderá modificar. Ora, a história (social, política, científica e filosófica) mostra que idéias tidas como verdadeiras e universais não possuíam esta validade e foram substituídas por outras. Mas, por definição, uma idéia inata é sempre verdadeira e não pode ser substituída por outra. Se for substituída, então não era uma idéia verdadeira e, não sendo uma idéia verdadeira, não era inata.
Do lado do empirismo, o problema pode ser formulado da seguinte maneira: a racionalidade ocidental só foi possível porque a filosofia e as ciências demonstraram que a razão é capaz de alcançar a universalidade e a necessidade que governam a própria realidade, isto é, as leis racionais que governam a natureza, a sociedade, a moral, a política.
Ora, a marca própria da experiência é a de ser sempre individual, particular e subjetiva. Se o conhecimento racional for apenas a generalização e a repetição para todos os seres humanos de seus estados psicológicos, derivados de suas experiências, então o que chamamos de filosofia, de ciência, de ética, etc. são nomes gerais para hábitos psíquicos, e não um conhecimento racional verdadeiro de toda a realidade, tanto a realidade natural quanto a humana.
Problemas dessa natureza, frequentes na história da Filosofia, suscitam, periodicamente, o aparecimento de uma corrente filosófica conhecida como ceticismo, para o qual a razão humana é incapaz de reconhecer a realidade e por isso deve renunciar à verdade. O cético sempre manifesta explicitamente dúvidas toda vez que a razão tenha pretensão ao conhecimento verdadeiro do real.

CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2006. p. 69-74

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