A canção a
seguir, de autoria de Renato Russo, veicula certa visão sobre a nação
brasileira. Leia-a (de preferência ouça-a) com atenção para responder às
questões.
Que país é este
Nas favelas, no Senado,
Sujeira pra todo lado,
Ninguém respeita a
Constituição,
Mas todos acreditam no
futuro da nação.
Que país é esse?
No Amazonas, no Araguaia,
Na Baixada fluminense,
Mato Grosso, nas Gerais
E no Nordeste tudo em paz.
Na morte eu descanso,
Mas o sangue anda solto,
Manchando os papéis e
documentos fiéis
Ao descanso do patrão.
Que país é esse?
Terceiro mundo, se for,
Piada no exterior,
Mas o Brasil vai ficar
rico,
Vamos faturar um milhão,
Quando vendermos todas as
almas
Dos nossos índios num
leilão.
Que país é esse? (Legiao Urbana, Que país é este 1978/1987)
1. De acordo com os dois primeiros versos da canção, a pergunta “Que país é este?” se destinaria a todos os brasileiros ou a um grupo específico? Justifique. A todos os brasileiros. A expressão “Nas favelas”, referência ao “povão”, acompanhada da expressão “no Senado”, referência às nossas elites, à classe dirigente do país, indica que a pergunta se destina a toda a população do país, sem distinção de classes.
2. Uma das características de uma nação é que seus integrantes habitam um território demarcado, em que prevalecem certas peculiaridades culturais. Aponte e explique a passagem da canção em que se percebe que, geográfica e culturalmente, o Brasil é uma nação. A passagem “No Amazonas, no Araguaia, / Na Baixada fluminense, / Mato Grosso, nas Gerais / E no Nordeste tudo em paz” refere-se a diversas regiões do Brasil e sugere a existência de um componente cultural em comum entre elas: a expressão “tudo em paz” pode ser entendida como um comentário sobre a passividade do brasileiro diante dos problemas sociais.
3. Geralmente associamos a ideia de nação a valores altamente positivos, como união, igualdade e justiça. Ao traçar um retrato da nação brasileira, o compositor reafirma ou rejeita essa visão? Justifique.
Que país é este
Nas favelas, no Senado,
Sujeira pra todo lado,
Ninguém respeita a
Constituição,
Mas todos acreditam no
futuro da nação.
Que país é esse?
No Amazonas, no Araguaia,
Na Baixada fluminense,
Mato Grosso, nas Gerais
E no Nordeste tudo em paz.
Na morte eu descanso,
Mas o sangue anda solto,
Manchando os papéis e
documentos fiéis
Ao descanso do patrão.
Que país é esse?
Terceiro mundo, se for,
Piada no exterior,
Mas o Brasil vai ficar
rico,
Vamos faturar um milhão,
Quando vendermos todas as
almas
Dos nossos índios num
leilão.
Que país é esse? (Legiao Urbana, Que país é este 1978/1987)
1. De acordo com os dois primeiros versos da canção, a pergunta “Que país é este?” se destinaria a todos os brasileiros ou a um grupo específico? Justifique. A todos os brasileiros. A expressão “Nas favelas”, referência ao “povão”, acompanhada da expressão “no Senado”, referência às nossas elites, à classe dirigente do país, indica que a pergunta se destina a toda a população do país, sem distinção de classes.
2. Uma das características de uma nação é que seus integrantes habitam um território demarcado, em que prevalecem certas peculiaridades culturais. Aponte e explique a passagem da canção em que se percebe que, geográfica e culturalmente, o Brasil é uma nação. A passagem “No Amazonas, no Araguaia, / Na Baixada fluminense, / Mato Grosso, nas Gerais / E no Nordeste tudo em paz” refere-se a diversas regiões do Brasil e sugere a existência de um componente cultural em comum entre elas: a expressão “tudo em paz” pode ser entendida como um comentário sobre a passividade do brasileiro diante dos problemas sociais.
3. Geralmente associamos a ideia de nação a valores altamente positivos, como união, igualdade e justiça. Ao traçar um retrato da nação brasileira, o compositor reafirma ou rejeita essa visão? Justifique.
O compositor rejeita a concepção romântica de nação como um grupo de
pessoas unido por causas nobres. Segundo a canção, o que nos une e nos faz
sentir pertencentes à mesma nação são os nossos vícios (dentre eles a falta de
ética, o oportunismo, a hipocrisia e a passividade), como se percebe pelos
versos “Ninguém respeita a Constituição, / Mas todos acreditam no futuro da
nação”.
Tarefa
Uma das preocupações dos cientistas políticos é definir com precisão seu objeto de estudo. Como vimos em aula, muitos tentam fazê-lo identificando as finalidades da atividade política. A respeito disso, Norberto Bobbio diz:
A Política não tem fins perpetuamente estabelecidos, e muito menos um fim que os compreenda a todos e que possa ser considerado como o seu verdadeiro fim: os fins da Política são tantos quantas são as metas que um grupo organizado se propõe, de acordo com os tempos e circunstâncias.
Tarefa
Uma das preocupações dos cientistas políticos é definir com precisão seu objeto de estudo. Como vimos em aula, muitos tentam fazê-lo identificando as finalidades da atividade política. A respeito disso, Norberto Bobbio diz:
A Política não tem fins perpetuamente estabelecidos, e muito menos um fim que os compreenda a todos e que possa ser considerado como o seu verdadeiro fim: os fins da Política são tantos quantas são as metas que um grupo organizado se propõe, de acordo com os tempos e circunstâncias.
Compare agora
a declaração de Bobbio com esta estrofe camoniana: Mudam-se os tempos, mudam-se
as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de
mudança, Tomando sempre novas qualidades.
A estrofe de Camões cita uma característica das sociedades humanas que podemos associar à dificuldade de definir a política pelos seus fins. Qual seria essa característica? As inevitáveis mudanças do contexto histórico, que resultam em mudanças ideológicas e culturais (como afirmou Camões, “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”). Os fins da política também variam de acordo com o momento histórico. Assim, a dificuldade de definir a política pelos seus fins reside na impossibilidade de formular leis gerais para explicar uma atividade cujas regras se alteram constantemente.
Fonte: http://sociologianocivitatis.blogspot.com.br
A estrofe de Camões cita uma característica das sociedades humanas que podemos associar à dificuldade de definir a política pelos seus fins. Qual seria essa característica? As inevitáveis mudanças do contexto histórico, que resultam em mudanças ideológicas e culturais (como afirmou Camões, “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”). Os fins da política também variam de acordo com o momento histórico. Assim, a dificuldade de definir a política pelos seus fins reside na impossibilidade de formular leis gerais para explicar uma atividade cujas regras se alteram constantemente.
Fonte: http://sociologianocivitatis.blogspot.com.br
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